O promotor de Justiça do MP-AC (Ministério Público do Acre) Tales Fonseca Tranin, afastado do cargo e investigado por manter relações sexuais com presos integrantes de organização criminosa, negou fazer parte de uma facção em coletiva de imprensa realizada na sexta-feira, 13, mas assumiu que teve contatos íntimos com detidos monitorados.

O promotor foi afastado pelo CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) e agora é investigado pelo órgão. A acusação cita que Tranin teria se aproveitado de inspeções na penitenciária Francisco de Oliveira Conde (AC) para fazer sexo com presidiários. As informações são do “Jornal do Acre 1ª Edição”, da Rede Amazônica, afiliada da TV Globo.

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De acordo com a defesa de Tranin, apesar de relações íntimas com presos monitorados terem acontecido, todas ocorreram no exterior do presídio. Ainda conforme os defensores do promotor, o acusado não utilizou de sua posição para interferir em processos de detentos da penitenciária Francisco de Oliveira Conde.

O promotor declarou na coletiva que, em sete ocasiões, optou pela prisão ou regressão de regime do réu com quem teve relações íntimas. Segundo o advogado Erick Venâncio, que integra a defesa de Tranin, todos os contatos com detidos em monitoramento ocorreram na residência do acusado e mediante pagamento.

“Isso não consta sequer na conjectura dentro do processo administrativo”, reiterou o advogado sobre as acusações de relações sexuais entre Tranin e presos durante inspeções. “Em momento algum isso foi mencionado”, pontuou Venâncio.

O site IstoÉ tentou contato com o MP-AC para obter uma posição do órgão em relação ao promotor, mas uma resposta não foi obtida até o momento da publicação. O texto será atualizada em caso de retorno.

Boletim de Ocorrência

O promotor teria começado a ser investigado após seu carro supostamente ser utilizado em uma tentativa de assalto a mão armada em fevereiro de 2023. Segundo Venâncio, o que ocorreu na ocasião foi um mal entendido. “Isso se deu em um contexto de contato em que ele (Tales Tranin) foi buscar uma pessoa em um ponto de encontro”, explicou.

Conforme o advogado, a pessoa que se encontraria com Tranin teria abordado um outro sujeito que estava em uma galeria comercial para pedir seu celular emprestado, já que ela estaria sem. Posteriormente, esse terceiro supostamente se assustou com a aparência do indivíduo e se afastou.

“A pessoa que teve seu celular solicitado ficou, não sei se preocupada, mas entrou em contato com o 190 e informou que havia uma pessoa em atitude suspeita”, afirmou Venâncio, acrescentando que, após pedir o aparelho, o sujeito se encontrou com Tranin e entrou em seu carro.