Promotor acusa presidente da Juve de ter contato com máfia

ROMA, 07 MAR (ANSA) – Em depoimento nesta terça-feira (7) à Comissão Parlamentar Antimáfia da Itália, o procurador da Federação Italiana de Futebol (Figc), Giuseppe Pecoraro, acusou o presidente da Juventus, Andrea Agnelli, de manter contato com membros da ‘ndrangheta, a máfia calabresa.   

Segundo ele, Saverio Dominello e seu filho, Rocco, supostos representantes em Turim de um clã mafioso de Rosarno, sul da Itália, tinham acesso a cartolas da Velha Senhora com o objetivo de conseguir ingressos para revenda. Entre os dirigentes supostamente envolvidos, estaria o próprio Agnelli.   

Já o CEO da Juve, Giuseppe Marotta, teria tido apenas conversas “ocasionais” com torcidas organizadas do clube bianconero – que seriam responsáveis por “mediar” as reuniões com mafiosos -, mas não foi envolvido nas investigações.   

“Respeitando os órgãos investigadores e julgadores, lembro que nunca encontrei líderes mafiosos. Aquilo que leio é falso”, escreveu o presidente da Juventus no Twitter. Em seu depoimento, Pecoraro disse que pretende concluir o inquérito desportivo dentro de 10 dias.   

Já a investigação criminal, batizada de “Alto Piemonte” e que teve como alvo os tentáculos da máfia calabresa no norte italiano, não apresentou denúncia contra os cartolas da Juve. No entanto, o próprio Saverio Dominello, que cumpre prisão preventiva, contou em um depoimento que teve um encontro cara a cara com Agnelli para falar sobre ingressos.   

Interceptado pela Justiça, o diretor de segurança da Velha Senhora, Alessandro D’Angelo, questionou o presidente sobre a suposta reunião em um telefonema. “Impossível”, respondeu o mandatário da Juve.   

Em outro grampo, advogados perguntam a Agnelli se Rocco Dominello participava das reuniões com dirigentes. “Não, Rocco não estava”, rebateu o presidente. Além disso, em depoimento enviado à Procuradoria de Turim, a Juventus garante nunca ter dado “descontos” ou feito “homenagens” para torcidas organizadas. (ANSA)