O bebê Nicolas Areias Gaspar, de dois anos, desapareceu no dia 30 de abril, em Florianópolis (SC), e foi encontrado, em 9 de maio, com um casal na região do Tatuapé, no estado de São Paulo. A mãe da criança, 22, que preferiu não se identificar, informou que Marcelo Valverde, 52, prometeu “dar conforto e carinho” para o menino.

Resumo:

  • A polícia de São Paulo prendeu Marcelo Valverde e Roberta Porfírio após receber informações de que um carro envolvido no crime estava circulando na região do Tatuapé e localizou o automóvel, abordando o casal;
  • Roberta afirmou que a criança havia sido doada pela mãe e que estava indo em um fórum para regularizar a situação;
  • Agora a polícia investiga se houve ganhou financeiro na entrega da criança.

Em entrevista exclusiva para o programa “Fantástico”, da TV Globo, a jovem informou que é mãe solo e, durante a sua gestação, em 2020, participou de um grupo nas redes sociais de apoio para as mães.

Nesse momento, ela passou a trocar mensagens com Marcelo Valverde. “Ele contou a história dele, que ele é ‘tentante’ junto com a mulher dele, já tiveram diversos abortos (…) Gerando uma confiança da minha parte”, ressaltou a jovem.

“Ele falava muito que se eu colocasse uma criança no mundo para sofrer aquilo ia me gerar carma, gerar carma na criança, então ele foi usando tudo o que podia”, acrescentou.

Em abril de 2021, Nicolas nasceu. Cerca de três anos após o primeiro contato, a jovem e Marcelo voltaram a conversar no mês passado.

Conforme as investigações, ele não queria ficar com Nicolas. O seu intuito era entregá-lo para Roberta Porfírio, também presa no caso, que tinha interesse na criança.

No dia 30 de abril, o menino foi entregue em uma rua de São José (SC). Segundo a jovem, um carro parou em um estacionamento e ela foi convencida a dar Nicolas.

“Eu tinha que tomar uma decisão ali mesmo, né? Por pressão e pela manipulação, que eu já estava ali naquele local, dentro do carro deles, eu acabei cedendo. Eu tive um surto e resolvi entregar a criança a ele, mas sem pensar que poderia ser uma quadrilha de tráfico ou algo do tipo”, explicou a jovem.

Agora a polícia deve investigar se houve algum ganho financeiro com a entrega do bebê.

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) decretou a prisão preventiva de Marcelo e Roberta, por ambos serem suspeitos de tráfico de pessoas.

Ao Fantástico, a defesa de Marcelo afirmou que “não houve rapto de criança, não houve nada disso. Tudo foi feito mediante consentimento da própria genitora do menor. Ela quis. O Marcelo na intenção de ajudar, pensando no bem da criança também, foi que ele passou o contato da Roberta”.

“Eles estavam na praia. No meio do feriado houve essa chamada que a moça estava desesperada. Comoveu a Roberta, que falou: ‘então tá, vamos lá pra ver’, para ajudar mesmo”, disse a defesa de Roberta.

Atualmente, Nicolas encontra-se em um abrigo, em São Paulo. O Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC) já determinou a transferência do menino para a sua cidade natal, porém ele ainda não deve voltar para os cuidados da mãe.