Os projetos das grandes companhias de petróleo para investir quase 5 trilhões de dólares em exploração contrariam os objetivos da luta contra o aquecimento global, destaca um relatório publicado nesta terça-feira, pela ONG Global Witness.

Estes projetos “estão muito longe de ser compatíveis com o objetivo de +1,5ºC”, são contrários ao que “necessitamos”, considerou Murray Worthy, principal autor do relatório da Global Witness.

Enquanto as emissões de gases do efeito estufa seguem aumentando, os pesquisadores do Grupo Intergovernamental de Especialista sobre a Mudança Climática (GIEC) acionaram o alarme em outubro.

Segundo este organismo da ONU, o objetivo do Acordo de Paris de limitar a elevação da temperatura global a 1,5ºC em relação à era pré-industrial só poderá ser obtido com uma mudança da sociedade, o que passa por uma redução drástica do consumo de petróleo, gás e carvão.

Apesar disto, os gigantes do gás e do petróleo preveem investir trilhões de dólares na exploração e no desenvolvimento de novos campos nas próximas décadas.

A Global Witness compara as conclusões do GIEC às previsões de investimentos dos analistas de mercado e das empresas.

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A ONG, do mesmo modo que a GIEC, rejeita a relevância da captura e do armazenamento do carbono (CCS), uma tecnologia que segundo os gigantes do petróleo permitirá seguir utilizando as energias fósseis ao reabsorver o CO2 lançado na atmosfera.

“Descartada esta parte, é preciso reduzir [a produção] do petróleo em 40% até 2030”, afirma Worthy, advertindo que a produção crescerá 12%.

“Os planos da indústria de energias fósseis são incompatíveis com um clima seguro e habitável”, concluiu Worthy.


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