Se você ainda não conhece uma das regiões mais lindas e ricas em fauna e flora do Brasil, é melhor conhecer porque ela corre o risco de ser derrubada para favorecer a agricultura. Uma tristeza.

A história do desmatamento em larga escala no Brasil não é de hoje. Ela começa nos anos 1970, sob o incentivo da ditadura militar. A partir dali, estradas foram rasgadas na selva Amazônica, abrindo espaço para fazendas, gado, agricultura, garimpos e a exploração de madeira. As florestas que restaram inclusive já apresentam sintomas de terem cruzado um ponto sem retorno no clima-vegetação, com áreas imensas mostrando o processo de savanização. É o início do processo que se acelera devido ao avanço do desmatamento e da degradação florestal.

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Ainda sobre o desmatamento, esse ano já vemos sinais muito claros da crise climática próxima. No Brasil, por exemplo, há neve caindo no Sul, secas nas áreas de agricultura do centro-oeste e a floresta amazônica já emitindo mais CO2 do que absorve.
E o modelo de pensamento é sempre o mesmo: A agropecuária e a expansão das fronteiras agrícolas que não enxergam as comunidades locais, moradores e o bioma como um bem precioso, e sim a substituição dela como única maneira de haver desenvolvimento econômico. Mas o caminho para o agronegócio e seus ganhos crescentes estão colocando em grave risco o futuro dos biomas.

Apesar do ex- ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles estar desaparecido do cenário, parece que seu “time” continua com o lema da boiada passar: Um projeto de decreto legislativo que tramita na Câmara dos Deputados quer diminuir em aproximadamente 72% a área do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. O deputado Federal Delegado Waldir (PSL) apresentou que apresentou a proposta, alegando que “Apesar de o Parque contribuir com a preservação ambiental, ressalta-se que o aumento desmedido de seu tamanho prejudica os agricultores da região.” Lembrando que o parque já chegou a ter 625 mil hectares, quando foi criado em 1961 pelo presidente Juscelino Kubitschek, e hoje querem voltar para 65 mil hectares, apenas 10% da sua área total.

Repito. É triste. Na Amazônia por exemplo, projetos como o Amazônia 4.0 surgem como uma terceira via para enfrentar o desmatamento e andar com a economia verde, propondo atividades sustentáveis e rentáveis para benefício do país e das comunidades locais. É preciso ter mais cientistas e projetos como o de Carlos Nobre no Brasil urgente. Estamos no tipping point e nossos biomas vão virar savana. O Brasil não precisa ser do agronegócio, a segunda via não é a única para nos desenvolvermos economicamente. O problema é a mente ossificada de ministros e deputados que seguem um padrão de pensamento totalmente obsoleto e sem sentido, achando que a salvação do país é acabar com as florestas do nosso país, sem entender as consequências que isso trará para o mundo,