Projeto vai plantar mudas de sumaúmas em Belém do Pará

Ação será realizada na última semana de fevereiro em comunidades ribeirinhas e quilombolas nos arredores da Ilha de Cotijuba  

Crianças indígenas brincam em sumaúma na Amazônia
Crianças indígenas brincam em sumaúma na Amazônia Foto: Mario Barila/Divulgação

A cidade de Belém do Pará se comoveu com a perda, em fevereiro de 2023, da sumaúma que viveu durante séculos ao lado da Basílica da Nossa Senhora de Nazaré, onde todos os anos termina a procissão do Círio de Nazaré.  Mas do dia 24 a 27 de fevereiro, o Instituto Amigos da Floresta Amazônica (Asflora) e o ambientalista e fotógrafo Mário Barila realizarão o plantio das mudas obtidas das sementes coletadas dessa árvore mãe, em Belém do Pará.

A Asflora convidou Barila para participar desta ação, devido ao seu histórico de ações na região. O ambientalista e fotógrafo foi responsável pela criação de um bosque com cerca de mil árvores amazônicas, todas em algum risco de extinção na natureza, além de ajudar na instalação de um viveiro e um poço artesiano para irrigação na Ilha de Cotijuba, onde a comunidade produz mudas de árvores e plantas medicinais amazônicas.

Considerada a árvore sagrada pelos indígenas ou árvore mãe, a sumaúma (Ceiba pentranda) é uma espécie nativa da floresta tropical das Américas, capaz de atingir 70 metros de altura. Entre a sua copa gigante e folhagem abundante vive uma grande variedade de aves e insetos. A Sumaúma é capaz de extrair água do lençol freático das camadas mais profundas do solo pelas raízes, e pulverizar na atmosfera mais de mil litros de água por dia por meio das folhagens. Além disso, a árvore possui em sua seiva têm propriedades anti-inflamatória, diurética, bactericida e antifúngica.

Graças a coleta das sementes, a Aflora dispõe de 24 mudas dessa árvore prontas para serem plantadas, sendo que duas delas já foram plantadas no Parque Zoobotânico Mangal das Garças (centro histórico e cartão postal de Belém).  Barila dará sequência ao plantio com a participação das crianças das escolas municipais e voluntários das comunidades ribeirinhas e quilombolas de Ananindeua, e dos arredores da Ilha de Cotijuba.

O plantio será complementado com ação educativa e de conscientização ambiental, como visita monitorada dos estudantes ao viveiro de mudas de espécies amazônicas e a entrega de um computador doado por Barila à escola da região.

Toda a jornada para dar vida as novas sumaúmas e a realidade das comunidades ribeirinhas que dependem dos recursos naturais serão retratadas e publicadas no livro do fotógrafo sobre a Amazônia, dentro do Projeto Brasil Vivo. Também serão realizadas palestras em São Paulo e no Amazonas sobre a importância da preservação da maior floresta tropical do planeta, além de exposição fotográfica de Barila em São Paulo e em Belém (PA).

O Projeto Brasil Vivo, já aprovado pelo Programa Nacional de Incentivo à Cultura, está em fase captação de recursos. “O apoio de parceiros será fundamental para o sucesso do projeto. Assim, estamos abertos para quem quiser contribuir com a causa e participar dessa linda iniciativa”, afirma Barila.