PALERMO, 3 ABR (ANSA) – Um projeto social italiano, realizado na cidade de Palermo, na região da Sicília, está ensinando a arte da gelateria para migrantes que chegaram ao país por meio de viagens de barco pelo Mar Mediterrâneo. Além disso, promove a integração deles com jovens da cidade em busca de profissionalização.   

Chamado de BarConi, um trocadilho com a palavra italiana “barconi”, que designa o tipo de embarcação usada pelos estrangeiros, eles aprendem tanto a produção e a técnica do sorvete italiano e também de confeitaria, além de como gerenciar um negócio.   

Três das pessoas que participam do projeto, há cerca de um ano, são Alagie Malick, Leslie e Christine, que abandonaram seus países – Gâmbia, Gana e Costa do Marfim, respectivamente – para buscar uma vida melhor e em paz na Itália. Os três atuam na gelateria, que reabriu ao público neste sábado (1º) após o fechamento pelo inverno, até hoje.   

“Para mim, a palavra ‘barconi’ está associada a lembranças muito ruins, à minha viagem no Mediterrâneo, mas agora essa palavra significa esperança. Tinha 16 anos quando iniciei a viagem e precisei de cinco meses até chegar a Pozallo. Mas, hoje estou responsável por uma gelateria e isso também é uma coisa que me faz bem”, disse Malick.   

Segundo a jovem, o local deu várias responsabilidades no novo país. “Os migrantes são vistos só como pessoas a serem ajudadas, não como pessoas que podem fazer alguma coisa e que têm valor.   

Espero que um dia, o BarConi possa abrir em todo o mundo. Quem sabe abrimos a nossa própria gelateria em Palermo ou nos nossos países algum dia”, pontuou ainda.   

O projeto é liderado pelo chef do restaurante Moltivolti, Antonio Campo, e pela chef em pasticceria Mara Gorgoni. Os dois ainda contam com o apoio da Fred Foundation, com sede nos Países Baixos, e da Fondazione Haiku Lugano, da Suíça, e também com o auxílio e apoio técnico de Antonio Cappadonia, um dos mais conhecidos e premiados chefs em gelateria da Itália. (ANSA).