Em momentos de fragilidade física e emocional, o entretenimento pode se tornar uma poderosa ferramenta de acolhimento. É com esse olhar que o projeto ‘Rumo ao Riso‘ vem transformando a rotina de hospitais na Bahia e em São Paulo, unindo arte, ciência e empatia para cuidar de quem mais precisa — por dentro e por fora.
Idealizada pela atriz e risoterapeuta Gabi Roncatti, a iniciativa aposta na palhaçaria terapêutica, na música e na literatura como instrumentos para restaurar o bem-estar de pacientes, acompanhantes e profissionais da saúde. O objetivo é simples e profundo: humanizar os ambientes hospitalares e abrir espaço para o afeto, o riso e o alívio em meio ao tratamento médico.
“Acreditamos que o riso pode ser um agente de cura. Nosso palco é diferente, mas o efeito é profundo”, afirma Gabi. “Queremos continuar crescendo e levando esse cuidado para ainda mais pessoas em situação de vulnerabilidade emocional”, complementa.
Mais do que intervenções artísticas, o projeto constrói encontros. As visitas são marcadas por escuta ativa, toques de humor, canções com frequências sonoras terapêuticas e momentos de conexão.
A ciência reforça o impacto dessa abordagem: rir libera endorfinas, reduz o estresse, melhora o sistema imunológico e até alivia a dor.
Quando somado à arte e à presença humana empática, esse efeito se multiplica, oferecendo não apenas conforto temporário, mas memória afetiva positiva para quem enfrenta a vulnerabilidade da doença.
O projeto ainda se destaca pela entrega gratuita de livros infantis, músicas autorais nas plataformas digitais e uma linguagem visual pensada para acolher todos os públicos, inclusive aqueles com medo de palhaços ou com restrições específicas. Tudo é feito com sensibilidade e respeito — do nariz azul simbólico às histórias lúdicas de ‘Di, o Cachorro Pula-Pula’.
A equipe do ‘Rumo ao Riso‘ também é acolhida emocionalmente após cada ciclo de visitas, em rodas terapêuticas que reforçam o bem-estar dos artistas envolvidos. “Nossa missão é gerar impacto sem esquecer que também precisamos estar inteiros para cuidar do outro. A empatia começa dentro da equipe”, reforça Gabi.
No fim das contas, o ‘Rumo ao Riso‘ prova que o entretenimento, quando aliado ao afeto e ao conhecimento, pode ir muito além do palco: pode tocar o coração, aliviar o sofrimento e, em muitos casos, ajudar a curar.