Um projeto de lei para dar proteção federal a casamentos entre pessoas do mesmo sexo avançou nesta quarta-feira (16) no Senado dos Estados Unidos com um incomum apoio bipartidário.

Uma dúzia de senadores republicanos se juntou a 50 democratas para superar um obstáculo processual que exigia 60 votos “sim” para que o texto, cujo tema era antes considerado profundamente divisivo, pudesse ir para o plenário.

Nas eleições de meio de mandato da semana passada, os democratas conseguiram, com uma pequena vantagem, manter o controle do Senado, enquanto a Câmara dos Representantes terá maioria republicana, segundo projeções divulgadas esta noite.

Isso antecipa uma legislatura dividida a partir de janeiro, quando o novo Congresso é empossado.

Desde 2015, o direito à união entre pessoas do mesmo sexo é garantido nos Estados Unidos pela Suprema Corte.

Mas desde que o mais alto tribunal revogou no início do ano uma decisão histórica que protegia o direito ao aborto, muitos progressistas temem que o casamento gay também esteja ameaçado.

Em julho, a Câmara aprovou uma lei para proteger essas uniões em todo o país. Todos os democratas e 47 republicanos votaram a favor, mas cerca de 160 se opuseram.

Depois de passar pelo Senado, onde a votação deve acontecer em breve, o projeto volta à Câmara dos Representantes para uma votação final.

“Amor é amor, e os americanos devem ter o direito de se casar com a pessoa que amam”, disse Biden sobre a medida que prometeu assinar assim que for aprovada.

Esse projeto de lei não obriga os estados a legalizarem o casamento entre pessoas do mesmo sexo. No entanto, exige que eles reconheçam tais uniões realizadas em outros estados.

Dessa forma, se a Suprema Corte anular a decisão de 2015 que legaliza o casamento gay, mesmo que um estado o proíba, ainda assim teria que reconhecer os casamentos formalizados nos demais.

As pesquisas mostram que a grande maioria dos americanos apoia o casamento homossexual, mas essa continua sendo uma questão polêmica. Entre os republicanos, 37 senadores votaram “não” nesta quarta-feira e a direita religiosa segue majoritariamente contra.