Após a última decisão de 2018 sobre os juros anunciada na semana passada, economistas do mercado financeiro mantiveram suas projeções para a Selic (a taxa básica) para o fim de 2019. O Relatório de Mercado Focus trouxe nesta segunda-feira, 17, que a mediana das previsões para a Selic no próximo ano seguiu em 7,50%. Há um mês, analistas previam 8,00%.

A projeção para a Selic no fim de 2020 também não foi alterada e manteve-se em 8,00%, número repetido pelos economistas há sete semanas. No caso de 2021, a projeção também seguiu em 8,00% pela sétima pesquisa seguida.

Na quarta-feira, 12, o Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou a manutenção, pela sexta vez consecutiva, da Selic em 6,50% ao ano. Ao mesmo tempo, o BC indicou que o juro tende a permanecer no atual nível – o mais baixo da história – pelo menos nos primeiros meses do governo de Jair Bolsonaro.

Entre as indicações, o colegiado avaliou que, desde o encontro anterior, de outubro, houve alta do risco de a ociosidade na economia produzir inflação abaixo do esperado.

Para o grupo dos analistas consultados que mais acertam as projeções (Top 5) de médio prazo, a mediana da taxa básica em 2019 caiu de 7,25% ao ano para 7,00%, ante 7,50% de um mês antes. No caso de 2020 e 2021, a previsão seguiu em 8,00%. Há um mês, a expectativa era de juro a 8,25% no fim de 2020 e 8% em 2021.

Ciclo de alta

Economistas acreditam que o esperado movimento de aumento do juro no próximo ano poderá ser um pouco mais gradual que o esperado inicialmente. A pesquisa Focus realizada pelo Banco Central com analistas do mercado indica nesta semana previsão de que o ciclo de alta da Selic começará em setembro de 2019, com alta de 0,25 ponto porcentual, o que levaria o juro de 6,50% para 6,75%. Até a semana passada, o mercado também previa que o início do ciclo em setembro, mas mais intenso: de 0,50 ponto, para 7%.

Para os meses seguintes, nada foi alterado nas previsões dos economistas: Selic a 7,25% em outubro e a 7,50% na reunião de dezembro de 2019.

Apesar dessa manutenção nas duas previsões, o movimento esperado para outubro – com o novo patamar mais baixo esperado para setembro – passa a indicar expectativa de que o aumento nesse mês será de 0,50 ponto porcentual e não mais 0,25 ponto, como indicado na pesquisa anterior.