O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) da Fundação Getulio Vargas, Paulo Picchetti, revisou sua projeção para o fechamento do indicador em julho, de 0,25% para 0,10%. A redução da estimativa, segundo Picchetti, aconteceu pela surpresa positiva com a ampliação da deflação do grupo Alimentação (-0,08% para -0,18%) na terceira quadrissemana do mês. Nesta leitura, o IPC-S acelerou a 0,10%, após 0,07% no encerramento da segunda quadrissemana.

“O movimento de alimentação foi puxado pelo comportamento dos produtos in natura, mas também tivemos quedas disseminadas por outros itens, como leite, frango, óleo de soja e feijão, o que explica essa deflação mais intensa e que deve continuar na próxima quadrissemana”, explica o coordenador.

Entre os vetores baixistas da leitura, Picchetti ainda destaca a energia elétrica residencial (-1,82% para -3,20%), sob efeito do bônus de Itaipu.

Na passagem da segunda para a terceira quadrissemana do mês, o índice de difusão, que mede o porcentual dos itens que tiveram aumento de preços no período, caiu de 56,13%, para 51,61%, nos cálculos do coordenador. “É o menor nível desde junho de 2020, quando a difusão foi de 49,35%, é algo que chama a atenção”, observa.

Por outro lado, Picchetti destaca que as variações da gasolina (2,86% para 3,84%) e do automóvel novo (-3,20% para -1,24%) foram as principais contribuições para a aceleração do IPC-S na terceira quadrissemana. “Na ponta, os dois itens já estão subindo cerca de 3,4% e 1,0%, respectivamente. Mas era uma pressão já esperada, pelo impacto da reoneração dos tributos federais, no caso dos combustíveis, e da dissipação dos efeitos do programa do governo de incentivo às montadoras, no caso dos veículos”, salienta.