Com as alterações nos calendários das competições esportivas, entidades estudam mudanças para quando o futebol voltar às suas atividades depois da pandemia causada pelo novo coronavírus. A Fifa, por exemplo, propôs uma mudança temporária na regra das substituições para lidar com a provável maratona de jogos, que foi aceita nesta sexta-feira pela International Board (IFAB, na sigla em inglês), órgão que faz a gestão das regras do esporte. Medidas como proibir comemoração em grupo e encurtar jogos estão na lista de sugestões de outras entidades.

A ideia da Fifa é que cada equipe possa fazer cinco trocas por partida, sendo duas no intervalo, em vez das tradicionais três. A proposta é amenizar os efeitos da parada provocada pela pandemia e do desgaste físico dos atletas no retorno, aliado a uma pequena pré-temporada.

Confira outras mudanças que podem acontecer na volta do futebol:

CARTÃO AMARELO PARA QUEM CUSPIR – Michel D’Hooghe, presidente do Comitê Médico da Fifa, defende a aplicação do cartão amarelo para os jogadores que cuspirem em campo quando a bola voltar a rolar pelos gramados. Segundo o belga, além de protocolos de segurança, esta é uma medida necessária diante deste período de pandemia do coronavírus.

“Cuspir em campo durante os jogos é uma prática comum no futebol e pouco higiênica. Por isso, quando o futebol voltar, penso que deveríamos evitá-la ao máximo. A questão é se isso será possível. Talvez com um cartão amarelo”, afirmou D’Hooghe, em entrevista ao jornal inglês Daily Telegraph.

PROIBIR COMEMORAÇÃO – Como parte do novo protocolo para a retomada do Campeonato Inglês, a Premier League pode proibir que os jogadores comemorem gol em grupo. De acordo com o jornal inglês Daily Telegraph, a medida seria aplicadas nos jogos restantes da temporada que foi suspensa em março, mas também poderiam persistir por mais 12 meses, como forma de evitar a propagação da covid-19.

TROCA DE CAMISAS – Além das comemorações, a Premier League também pretende proibir a troca de camisas entre os jogadores durante as partidas. Além da realização de partidas em campos neutros.

ENCURTAR JOGOS – O sindicato de jogadores ingleses propõe encurtar a duração das partidas de futebol, jogos com portões fechados e um número reduzido de estádios para realizar as competições. “Não sabemos como será o futuro. Sabemos apenas das propostas que foram feitas, a possibilidade de haver mais substituições e partidas que não durem necessariamente dois tempos de 45 minutos”, revelou o presidente da Professional Players Association (PFA, na sigla em inglês), Gordon Taylor, à emissora BBC. A proposta também precisa ser aprovada pela IFAB.

APERTO DE MÃO E CONVERSAS – O Campeonato sul-coreano retornou nesta sexta-feira. Entre as medidas contra a covid-19 está a proibição de apertos de mão. Além disso, os jogadores também não podem falar com os colegas de equipe. Todos os envolvidos na realização das partidas serão testados para a doença e as equipes que registrarem atletas infectados terão de cumprir quarentena.

TESTE DO CAFEZINHO – O guia médico da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para a volta gradual do futebol após a pandemia prevê uma série de atividades bem diferentes da realidade habitual da modalidade. Uma das passagens mais curiosas do documento trata de um exame para verificar a possível perda de olfato, que é um dos impactos mais sentidos pelos infectados com a doença. O guia sugere que o jogador que relatar a falta de sensibilidade no cheiro, deve passar por um procedimento em que uma porção de café será colocada a cerca de 5 centímetros de distância do rosto dele. Se ainda assim o atleta dizer que não sente o cheiro, ele deverá ser encaminhado para um teste molecular mais detalhado.

TESTES IMUNOLÓGICOS – Também no guia da CBF, uma das sugestões é para que os elencos sejam submetidos a testes imunológicos rápidos 48 horas antes do início das atividades. Quem apresentar resultado negativo, estará liberado para treinar, porém vai continuar sob vigilância. No caso de quem testar positivo, vai precisar permanecer distante dos demais colegas e só poderá voltar a treinar se permanecer sem sintomas durante três dias.