A decisão de grandes redes australianas de supermercados de proibirem as sacolas de plástico irritou alguns consumidores do país, onde clientes chegaram a agredir funcionários dessas companhias.

As duas grandes redes de supermercados Woolworths e Coles anunciaram, em 2017, que deixariam de dar sacolas gratuitas para seus clientes e que começariam a vender bolsas reutilizáveis por 15 centavos de dólar australiano (cerca de 15 centavos de euro).

Em Coles, a medida entrou em vigor no domingo, e na Woolworths, em 20 de junho. Esta última se viu obrigada a suspendê-la por durante dez dias, porém, diante da irritação dos clientes e das agressões sofridas por seus funcionários.

Segundo a associação de empregados do comércio varejista e de grande distribuição, um sindicato que representa os vendedores, 61 de 141 pessoas que participaram de uma pesquisa sobre o tema disseram ter tido de lidar com comportamentos agressivos de clientes.

Em um supermercado do estado da Austrália Ocidental, um homem agrediu fisicamente uma caixa ao saber que não receberia sacolas gratuitas no estabelecimento.

Em outros lugares, os clientes jogaram suas compras no chão e insultaram os caixas antes de deixarem os supermercados.

“Entendemos a frustração de alguns clientes diante dessas mudanças, mas esse tipo de abuso e de comportamento violento com os empregados é indesculpável”, declarou em um comunicado o secretário nacional do sindicato, Gerard Dwyer.

Segundo um estudo da revista americana Science, oito milhões de toneladas de resíduos plásticos chegam todo o ano aos mares e os oceanos do mundo, o equivalente a 250 quilos por segundo.

Vários países tomaram medidas para reduzir seu consumo de plástico. Na Austrália, todos os estados e territórios proibiram as sacolas de plástico, ou pretendem fazê-lo, à exceção de Nova Gales do Sul.