A 17.ª Festa Literária Internacional de Paraty se encerrou no domingo, 14, consolidando um crescimento de público na programação principal da Festa – foram 8,6 mil acessos à tenda principal (que cobra pelos ingressos), frente a 7,2 mil em 2018. A homenagem a Euclides da Cunha trouxe um tom fortemente político ao evento, bem como colocou em discussão aspectos atuais da obra do escritor e atualizou alguns de seus fatores contraditórios, como traços apontados como racistas.

“Como o Ailton Krenak falou, não teria como homenagear Euclides e Canudos não baixar em Paraty”, disse a curadora desta edição, Fernanda Diamant, na coletiva de encerramento do evento. “A escolha do homenageado toca em pontos nevrálgicos de debates diversos e atuais. Além disso, a programação paralela também usa o homenageado para se relacionar com a Flip.”

Ela afirmou não ter buscado um direcionamento ideológico na escolha dos convidados, até porque o próprio Euclides da Cunha antecede a polarização política atual. “A ideia era discutir questões mais gerais. O autor toca em tantos pontos, então é possível desenhar uma programação falando não só da obra, mas sobre os temas com que ele aponta”, disse Diamant.

O diretor da Associação Casa Azul, Mauro Munhoz, disse que o próximo curador da festa será anunciado em outubro, mas deu uma indicação de que Diamant continuará na posição.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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