As mulheres representam quase metade da delegação do Time Brasil em Tóquio. Elas fazem parte da elite do esporte mundial, atletas que construíram carreiras e conquistas com muito esforço, superando limites e, muitas vezes, obstáculos inerentes ao universo feminino. Nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, o Brasil tem 46,8% de mulheres na equipe. No universo de todos os esportistas em ação no Japão, a porcentagem feminina é 48,8%. Em Paris-2024, a meta do Comitê Olímpico Internacional (COI) é que 50% sejam mulheres.

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Nas comissões técnicas do Time Brasil, elas já representam 10% dos treinadores e 20% dos chefes de equipe em ação no Japão, mas ainda há muito espaço para crescimento.

Para impulsionar esse contingente de brasileiras olímpicas e ajudar muitas outras a traçar o mesmo caminho, não apenas nas arenas, mas também no treinamento e na gestão do esporte, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) criou o programa Mulher no Esporte. A coordenação desta ação está nas mãos de Isabel Swan, medalhista de bronze em Pequim-2008 na vela.

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“Queremos trazer mais mulheres para o esporte, mais técnicas, mais atletas, mais gestoras, que possam imprimir um olhar mais feminino. É muito importante criar um ambiente inclusivo para que a mulher possa performar bem e trazer o resultado. O homem busca resultado para se sentir incluído, a mulher precisa se sentir integrada para prosseguir em busca de seus objetivos”, afirmou Isabel.

O primeiro passo do projeto é fazer um diagnóstico para descobrir quem é essa mulher atleta do Brasil: onde começou, o que conquistou, com quem treinou, quais suas referências na carreira, que impacto figuras femininas tiveram em sua trajetória, entre outros tópicos. As esportistas estão sendo incentivadas a responder um questionário de forma anônima no escritório do COB na Vila Olímpica.

“É muito importante esse questionário. Muito mesmo! Faço questão de tirar uma foto mostrando que fiz para incentivar a galera a fazer”, disse a nadadora Etiene Medeiros, campeã mundial dos 50 metros costas. Ela visitou o escritório neste sábado com a também nadadora Viviane Jungblut.

A partir daí, integrado com diversos setores do COB, o projeto irá propor atuações. Um dos focos de atenção de Swan é a evasão no esporte feminino, que acontece principalmente na puberdade. “Existe muita evasão no esporte feminino na puberdade. A menina entra na puberdade, o corpo vai mudando, vai virando uma mulher e esse processo precisa ser acompanhado”, afirmou a medalhista olímpica.

Isabel ressaltou também a importância do incentivo à formação de mais técnicas e gestoras. “É importante para a mulher ter referência, poucas seguem para o alto rendimento. É importante ter referência não só no alto rendimento mas também na capacitação. Olhar feminino para questões femininas durante o processo de formação da atleta faz diferença”, disse Isabel, que ressaltou os mecanismos e projetos já existentes no COB de avaliação de governança, além dos cursos de capacitação oferecidos pelo Instituto Olímpico Brasileiro (IOB) que têm buscado ocupar mais cadeiras com mulheres.

Chefe de equipe do tae kwon do em Tóquio-2020 e medalhista de bronze em Pequim-2008, Natália Falavigna ressaltou a importância de projetos em prol do crescimento da participação feminina.

“Fico feliz com esse investimento. O aumento do número de mulheres na delegação do Time Brasil fica claro nos últimos anos. Um ambiente inclusivo é importante, diferenciar as características da preparação ao nível do esporte e da performance das atletas, e também no ambiente da gestão, onde as mulheres estão cada vez mais se inserindo e trazem uma diversidade de pensamento”, afirmou.


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