NOVA YORK, 18 SET (ANSA) – A emissora norte-americana ABC, da Disney, anunciou na última quarta-feira (17) que vai retirar do ar por tempo indeterminado o programa “Jimmy Kimmel Live”.
A decisão foi tomada após o comediante e apresentador do talk-show fazer comentários sobre o suspeito de assassinar o influenciador conservador Charlie Kirk, aliado do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Durante o programa na última segunda-feira (15), Kimmel sugeriu que o acusado de balear e matar o ativista em um evento em Utah, Tyler Robinson, seria um republicano pró-Trump.
“A turma do MAGA está desesperada para caracterizar esse garoto que matou Charlie Kirk como qualquer coisa que não seja um deles e fazendo de tudo para tirar proveito político disso”, afirmou ele, destacando que “entre uma acusação e outra, também houve luto”.
Além disso, Kimmel editou um clipe de Trump falando com repórteres sobre sua reação à morte de Kirk e, em seguida, mudou para o tópico do salão de baile em construção na Casa Branca.
“Trump está no quarto estágio do luto. Construindo, demolindo, construindo: não é assim que um adulto lamenta o assassinato de alguém que chama de amigo, é assim que uma criança de quatro anos chora por um peixinho dourado”, enfatizou o popular apresentador.
Após os comentários, a Disney recebeu ameaças do presidente da Comissão Federal de Comunicações (FCC), Brendan Carr, que, durante um podcast, havia falado sobre possíveis ações contra a empresa e a ABC.
Para Andrew Alford, presidente da divisão de transmissão da Nexstar, responsável pela exibição do programa em afiliadas da ABC, as declarações do apresentador são “ofensivas e insensíveis em um momento crítico do debate político nacional”.
Kimmel é inimigo de longa data de Trump. Quando o produtor Stephen Colbert anunciou o encerramento de seu programa, o presidente norte-americano comemorou nas redes sociais.
“Esta é uma ótima notícia para os Estados Unidos. Parabéns à ABC por finalmente ter a coragem de fazer o que precisava ser feito.
Kimmel não tem talento algum e tem audiência pior que a de Colbert, se é que isso é possível”, afirmou o magnata.
Por fim, ressaltou que, com a saída de Kimmel, “Jimmy” Fallon e “Seth” Meyers, dois fracassados, permanecem na NBC. Portanto, pediu para a emissora seguir o caminho da ABC. “Seus índices de audiência são horríveis”.
Para a Casa Branca, a ABC está fazendo um favor aos seus telespectadores”. Recentemente, a emissora precisou fechar um acordo judicial de US$ 15 milhões com Trump, que a acusou – juntamente com o jornalista George Stephanopoulos – de difamação. (ANSA).