Coluna: Guilherme Amado, do PlatôBR

Carioca, Amado passou por várias publicações, como Correio Braziliense, O Globo, Veja, Época, Extra e Metrópoles. Em 2022, ele publicou o livro “Sem máscara — o governo Bolsonaro e a aposta pelo caos” (Companhia das Letras).

Professor de origem árabe teme por sua segurança na PUC-SP

Professor Reginaldo Nasser se sentiu alvo de pichação anti-árabes no campus

Reprodução/Internet
Foto: Reprodução/Internet

Professor do departamento de Relações Internacionais da PUC-SP, o pesquisador de origem árabe Reginaldo Nasser expressou nesta quinta-feira, 20, à reitoria e à Fundação São Paulo, mantenedora da universidade, preocupação com sua segurança física depois que um banheiro do campus foi pichado com racismo contra árabes. “Eu me sinto intimidado”, disse ele.

A pichação “Hora de limpar a RI. PUC não é para árabe. A PUC é nossa. A reitoria é nossa”, com estrelas de Davi, foi descoberta na segunda-feira, 17, e a reitoria repudiou a manifestação.

“Eu questionei sobre quais medidas serão tomadas e se terei segurança de circular pela universidade”, disse o professor à coluna. Ele afirmou que é o único de origem árabe da RI (Relações Internacionais) da PUC-SP.

No final do ano passado, ele e outro professor, Bruno Huberman, de origem judaica, foram denunciados anonimamente por suposto antissemitismo. A fundação instaurou um inquérito informal para ouvir os professores, que coordenam o GECI (Grupo de Estudos Sobre Conflitos Internacionais). O grupo de pesquisa é inscrito desde 2017 no CNPQ.

Nasser disse que chegou a ser perguntado se era um apoiador do Hamas, um tipo de questionamento que jamais foi feito por seus alunos.

“Eu respondi que, se tivessem alguma informação ou texto meu que apontasse para isso, que me mostrassem. Não havia. Em toda a minha carreira eu jamais passei por uma situação como essa”, lamentou o professor.

O inquérito foi encerrado porque não houve nenhuma confirmação da denúncia.

Em nota oficial, a PUC-SP informou que está investigando a pichação. “Ofensas atrás de anonimato denotam covardia. Esse ato será apurado internamente com a maior urgência para que medidas cabíveis sejam tomadas”, afirma a nota.

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