Professor agride criança autista em escola do Rio e câmera flagra tudo

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Criança foi agredida Foto: Reprodução/TV Globo

Uma criança de 11 anos, com transtorno do espectro autista, foi agredida por um professor de capoeira durante uma aula no Centro Educacional Meirelles Macedo, em Guaratiba, zona oeste do Rio de Janeiro. Tudo aconteceu em setembro do ano passado, mas veio à tona após a mãe do menino, Joyce Siqueira, denunciar a agressão.

De acordo com o programa Fantástico, da TV Globo, a mãe diz que o filho estava com dificuldades em realizar um exercício e o professor, Vitor Barbosa, orientou-o a usar uma bola para treinar. Quando o menino pediu a bola a duas colegas, elas se recusaram a entregar, o que o deixou irritado e ele chutou a bola.

Uma das alunas deu um tapa na cabeça dele, iniciando uma confusão. O professor então teria dado uma rasteira no menino, jogando-o no chão e segurando-o pelo pescoço, ameaçando-o. A escola suspendeu o aluno por dois dias, alegando que ele desrespeitou o professor e agrediu fisicamente os colegas.

No entanto, a mãe só conseguiu agendar uma reunião na escola cinco dias após o ocorrido. “Eu cheguei lá para conversar, para entender o que tinha acontecido e eu saí de lá sem uma resposta. Ninguém falou, assim, ele não foi agredido. Porque eu só queria ouvir isso. Ou ele foi, mas nós tomamos as medidas. A minha vontade é que ele não colocasse mais os pés dele nessa escola”, afirmou.

Durante uma audiência que aconteceu no final de março deste ano, a mãe teve acesso às imagens da aula de capoeira. “Eu olhei para o professor, quando eu saí do fórum, e eu falei para ele: ‘Eu vi o que você fez com o meu filho’. Meu braço formigou, meu rosto tremeu, e eu fui parar no hospital”, disse.

A defesa do professor disse que a intervenção foi uma técnica de imobilização para impedir novas agressões e que a situação foi prontamente controlada. O Centro Educacional Meireles Macedo informou, em nota, que adotou todas as providências cabíveis e que o professor não está mais vinculado à instituição.

A mãe do menino chegou a matricular o filho em outra escola, mas ele não conseguiu se adaptar e agora recebe aulas em casa. “Ele passou a ter muitas desregulações, ele batia na cabeça, batia a cabeça na parede, coisa que nunca aconteceu aqui em casa, passou a acontecer. Fiquei muito mal”, disse.