Os produtos novos e emergentes do tabaco, incluídos os cigarros eletrônicos, estiveram, nesta quarta-feira (7), sob o escrutínio de delegados de todo o mundo em uma conferência no Panamá destinada a conter o tabagismo.

Desde a segunda-feira, delegados de mais de 180 países reunidos na capital panamenha revisam a aplicação da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (FCTC, na sigla em inglês) da Organização Mundial da Saúde (OMS), em vigor desde 27 de fevereiro de 2005.

Nesta décima conferência das partes (COP10) da FCTC estão sendo discutidas possíveis medidas para regular os produtos emergentes do tabaco, que ganham adeptos entre os jovens e desaceleram a redução do número de fumantes.

Os delegados também debatem propostas para conter a “ingerência” da indústria do tabaco na formulação de políticas de saúde pública.

“Os produtos de nicotina e tabaco novos e emergentes, [assim] como a ingerência que representa a indústria, são uns dos maiores obstáculos para a aplicação efetiva” da Convenção-Quadro, disse a delegada panamenha Ivette Barrio, ao ler uma proposta consensuada pelos países latino-americanos.

Existe um “conflito fundamental e irreconciliável entre os interesses da indústria do tabaco e os interesses da política de saúde pública”, acrescentou a vice-ministra da Saúde panamenha.

Estima-se que o tabaco mate atualmente mais de oito milhões de pessoas por ano no mundo, incluindo 1,3 milhão de fumantes passivos expostos à fumaça, segundo a OMS.

Entre os produtos emergentes figuram os cigarros eletrônicos e o tabaco aquecido, que a indústria apresenta como alternativas saudáveis para quem não consegue parar de fumar.

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