Os 23 países exportadores de petróleo que integram a aliança Opep + decidiram nesta quinta-feira (2) continuar o aumento gradual de sua produção em janeiro, apesar de a nova variante ômicron da covid-19 tornar a demanda duvidosa.

O cartel de exportação anunciou “ajustar para cima a produção global mensal em janeiro em mais 400 mil barris por dia”, como vem fazendo todos os meses desde maio de 2021, anunciou a organização em comunicado divulgado após a reunião por videoconferência.

Os 13 membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), com sede em Viena, junto a seus 10 aliados (Opep+) se reuniram por pouco mais de uma hora nesta quinta-feira à tarde.

‘Prudência’ é a palavra favorita dos responsáveis da aliança, liderada por Arábia Saudita e Rússia, que resiste à pressão de vários países (liderada pelos Estados Unidos) de aumentar ainda mais sua produção e frear o aumento dos preços da energia, já que sua margem de manobra é dez vezes maior.

Este anúncio ocorre uma semana depois que Estados Unidos, China, Índia e Japão anunciaram que recorreriam a suas reservas estratégicas para reduzir a escalada dos preços do petróleo, que ameaça a recuperação econômica após a pandemia.

No entanto, o surgimento da variante ômicron do coronavírus complica ainda mais a equação: o preço do petróleo caiu 15% depois que muitos países impuseram restrições às viagens e planejam outras medidas que podem frear a demanda do petróleo.

Durante uma reunião técnica no dia anterior, o secretário-geral da Opep, Mohamed Barkindo, destacou em um nota “o progresso constante na recuperação econômica mundial”, mas enfatizou “a necessidade de permanecermos atentos à atual incerteza e mudança de condições, incluindo a situação com a nova variante da covid-19, a ômicron”.

Na quarta-feira, o barril de West Texas Intermeditate (WTI) para entrega em janeiro caiu 0,92%, fechando a 65,57 dólares. O preço do barril de Brent do Mar do Norte para entrega em fevereiro perdeu 0,52%, finalizando em 68,87 dólares.

Após o anúncio, os preços por barril caíram para seus níveis mais baixos desde o final de agosto.

Durante a pandemia, a Opep+ reduziu fortemente sua produção para que a crise não afetasse o preço do petróleo.