Rio – A produtora Maria Farinha Filmes armou um incêndio “fake” em Presidente Figueiredo, município da região Metropolitana de Manaus, no Amazonas. A intenção da produtora era simular em vídeo um grande incêndio na Floresta Amazônica.

Segundo um de seus representantes, o filme “vai passar na abertura do Rock in Rio e terá objetivo de chamar a atenção do mundo para as queimadas na região amazônica”. Eles usaram fogueiras e fumaça artificial na gravação.

De acordo com o portal “Manaus Alerta”, o secretário de turismo da cidade, Paulo Lins, acionou a 37ª DP e sugeriu a apreensão dos equipamentos. A licença conseguida pela produtora seria apenas para filmar a cachoeira e cavernas turísticas da região.

Organização do Rock in Rio nega envolvimento

A organização do Rock in Rio afirmou em comunicado enviado nesta quinta-feira que não tem nenhuma relação com a produtora. “A organização do Rock in Rio desconhece o conteúdo que está circulando na mídia e nas redes sociais que traz um vídeo que simula um incêndio na Amazônia. Reitera também que não tem qualquer envolvimento com esta produção”, diz a nota.

“O Rock in Rio aborda temas sociais e de sustentabilidade, desde 2001, somente pela ótica positiva e jamais trabalharia com imagens de desmatamento, pelo contrário. O evento, desde 2006, planta árvores em diversos países. E, a partir de 2016, concentrou seus esforços na Amazônia, com o projeto Amazonia Live”, completa o comunicado.

Comunicado da produtora Maria Farinha Filmes

A Maria Farinha Filmes vem a público esclarecer que o curta de ficção que acaba de produzir na região amazônica é uma obra independente e autoral e sem relação alguma com o Rock In Rio.

A produção, um curta de ficção destacando a importância de preservar as florestas, faz parte da estratégia da Maria Farinha de estimular visões positivas de futuro e integra o compromisso que assumimos na construção de um mundo melhor.

Por isso, o filme – cuja ideia nasceu há mais de 6 meses, portanto antes inclusive das recentes notícias sobre a Amazônia – faz uma viagem ao ano de 2044, e mostra uma floresta em pé, rica, gerando riquezas para o Brasil e para os povos locais. Faz uso, inclusive, de computação gráfica para isso. Em uma das cenas, a personagem principal se vê envolta em fumaça. Para gravar essa tomada, usamos efeitos especiais e uma fumaça cenográfica.

Por conta do compromisso histórico do Rock in Rio com a Amazônia, a produtora tinha planos de oferecer o curta para exibição na abertura do festival. Isso sequer chegou a ser feito. O curta seguirá sua carreira e será lançado normalmente. Reiteramos, portanto que o Rock in Rio não mantém nenhum envolvimento com o projeto.

Nos dias 12 e 13 de setembro, a equipe da produtora estava fazendo um curta de ficção, cuja história se passa na Floresta Amazônica. A filmagem aconteceu no município de Presidente Figueiredo, a 120Km de Manaus. Como parte do roteiro, foi ambientada uma cena com efeitos especiais que simulavam o visual de um incêndio.

A locação escolhida para a cena, com o devido termo de autorização, era uma propriedade particular que já estava sendo preparada para o plantio de mandioca. A área escolhida não sofreu qualquer alteração ambiental por parte da produtora. Para reforçar o compromisso com a total segurança, um dos mais respeitados técnicos de efeitos especiais do Brasil foi contratado, a fim de preparar o local e acompanhar a gravação.

Por conta da fumaça gerada, a partir de fogueiras simuladas, a polícia foi acionada. O delegado esteve no local e verificou a legalidade de tudo o que estava ocorrendo no cenário, assim como representantes da Secretaria municipal do Meio Ambiente. Depois dos esclarecimentos, as gravações seguiram normalmente.

A Maria Farinha Filmes, primeira produtora da América Latina a receber o certificado B Corp, concedida a empresas comprometidas com os mais altos padrões de impacto social e ambiental, está aberta para prestar quaisquer esclarecimentos acerca do episódio.

E reforça que ao longo de sua trajetória, que inclui mais de 25 filmes, séries e outros formatos que impactaram milhões de pessoas em todo o planeta, sempre se pautou, como princípio, pelo respeito ao meio ambiente.