Danny Cohen, produtor executivo do filme Zona de Interesse, comentou, em entrevista a um podcast norte-americano, que discordava do discurso de Jonathan Glazer ao receber o Oscar de Melhor Filme Internacional. Zona de Interesse vem sendo aclamado pela crítica desde que foi apresentado no Festival de Cannes, no ano passado. O filme, que pode ser visto nos cinemas brasileiros e, a partir do dia 31 no Amazon Prime Video, retrata a vida da família de um oficial de Auschwitz, alheia ao que acontece do outro lado do muro.

Em seu discurso na premiação de domingo, 10, o cineasta retomou o tema do filme, comparando o Holocausto ao conflito em Gaza.

Ele disse: “Todas as nossas escolhas foram feitas para refletir e nos confrontar no presente. Não para dizer ‘olhem o que eles fizeram naquela época’, mas ‘olhem o que fazemos agora'”.

E seguiu comentando que o filme mostra como a desumanização leva ao pior cenário. “Estamos aqui como pessoas que refutam que o seu judaísmo e o Holocausto sejam sequestrados por uma ocupação que levou muitas pessoas inocentes ao conflito, sejam os israelenses vítimas do 7 de outubro ou do ataque em Gaza”, disse.

Reações

Cohen afirmou que foi procurado por pessoas da comunidade judaica, que não gostaram da comparação. Para o produtor, não se trata, de fato, de uma comparação válida.

“A guerra e a continuação da guerra são de responsabilidade do Hamas, uma organização terrorista genocida que continua a manter e abusar dos reféns, que não usa os seus túneis para proteger os civis inocentes de Gaza, mas para se esconder e permitir que palestinos morram. Penso que a guerra é trágica e terrível, a perda de vidas civis é terrível, mas culpo o Hamas por isso”, pontuou Cohen.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.