A produção industrial de bens eletroeletrônicos apresentou queda de 2% em 2020 em relação ao ano passado. Já a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) caiu de 78% para 75% este ano.

Segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Humberto Barbato, a estabilidade no faturamento e a queda da produção em 2020 são semelhantes aos desempenhos do ano passado, quando também não houve crescimento nestes indicadores.

“Até maio, todos os indicadores apontavam para um cenário drástico em 2020, em razão da pandemia, mas o dinamismo e a resiliência do setor reverteram a curva descendente dos indicadores. As empresas conseguiram fazer uma leitura rápida do atual cenário, adequando processos e linhas de produção para a nova realidade”, afirma Barbato.

Segundo ele, no cenário de restrição por conta do isolamento social, os bens e serviços de tecnologia, disponibilizados pelo setor, têm sido fundamental para conectar as pessoas, fazer girar a economia, manter as empresas operantes, possibilitar entretenimento, acesso à educação e atender a necessidades de abastecimento, além de otimizar e facilitar o acesso dos consumidores a serviços essenciais.

O presidente do Conselho de Administração da Abinee, Irineu Govêa, observa que, mesmo em uma situação tão extrema, o setor eletroeletrônico tem dado mostras de que consegue resistir às condições mais adversas, dando continuidade ao trabalho e mantendo a produção em suas fábricas, adaptando-se à nova realidade a fim de trazer proteção aos trabalhadores.

“Programas como o auxílio emergencial, a manutenção do emprego e da renda e outras iniciativas permitiram minimizar o impacto da crise para os que não dispõem de condições econômicas para se manter na pandemia”, disse Govêa.

Balança comercial

As exportações pouco contribuíram para o faturamento da indústria eletroeletrônica, com queda de 21% em 2020, passando de US$ 5,6 bilhões para US$ 4,4 bilhões. Já as importações caíram 10%, de US$ 32 bilhões, em 2019, para US$ 28,9 bilhões este ano.

Com isso, o déficit da balança comercial deve atingir US$ 24,5 bilhões, total 8% inferior ao apresentado em 2019, de US$ 26,5 bilhões.