O recuo de 2,4% na produção industrial em janeiro de 2022 ante dezembro de 2021 foi resultado de uma redução de ritmo em 20 dos 26 ramos pesquisados, segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A indústria mostrou o perfil mais espalhado de quedas entre as atividades desde abril de 2020, quando estava fortemente impactada pelo choque provocado pela pandemia de covid-19.

“Foram 23 atividades no campo negativo em abril de 2020”, observou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE.

As influências negativas mais relevantes em janeiro partiram das perdas de veículos automotores, reboques e carrocerias (-17,4%) e das indústrias extrativas (-5,2%). Outras quedas significativas ocorreram em bebidas (-4,5%), metalurgia (-2,8%), outros produtos químicos (-2,2%), máquinas e equipamentos (-2,3%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-5,4%), produtos de metal (-3,3%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-4,5%) e produtos de minerais não-metálicos (-2,4%).

Na direção oposta, entre as seis atividades com crescimento, os impactos mais positivos foram de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (3,5%) e de produtos alimentícios (1,4%).

Comparação com janeiro de 2021

De acordo com o IBGE, a redução de 7,2% na produção industrial em janeiro de 2022 ante janeiro de 2021 foi decorrente de perdas em 18 dos 26 ramos industriais investigados na Pesquisa Industrial Mensal. O resultado foi negativo a despeito de janeiro de 2022 ter registrado um dia útil a mais do que igual mês do ano anterior.

Entre as atividades, as principais influências negativas foram de veículos automotores, reboques e carrocerias (-23,5%), indústrias extrativas (-6,7%), produtos de borracha e de material plástico (-18,8%) e produtos de metal (-20,8%). Outros recuos relevantes ocorreram em móveis (-33,0%), produtos têxteis (-26,7%), couro, artigos para viagem e calçados (-22,6%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (-22,2%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-21,3%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-19,6%), bebidas (-9,6%), metalurgia (-6,8%), produtos de minerais não-metálicos (-6,2%) e outros produtos químicos (-3,8%).

Na direção oposta, a produção de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (10,0%) exerceu a maior influência positiva sobre a média da indústria.

Difusão

O índice de difusão, que mostra a proporção de produtos com avanço na produção em relação ao mesmo mês do ano anterior, passou de 34,3% em dezembro para 31,6% em janeiro.

“A difusão mostra número maior de produtos em queda pelo quinto mês seguido”, apontou André Macedo.