Em abril, a produção e as vendas internas dos químicos de uso industrial caíram, 3,45% e 9,16%, respectivamente, em relação ao mês anterior, aponta índice elaborado pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) e pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Ao mesmo tempo, a demanda interna que registrou uma queda de 3,4%. Consequentemente, a capacidade instalada da indústria, que havia alcançado a média de 83% em março, voltou ao resultado aquém do esperado, com média de apenas 74% em abril de 2022.

Em relação ao índice de preços Abiquim-Fipe, após três meses de deflações consecutivas, o IGP teve alta nominal de 3,41% em abril.

“Além do cenário interno conturbado e do ambiente internacional de apreensão por conta da instabilidade geral de preços dos energéticos e das matérias-primas básicas da química, as empresas também apontaram a ocorrência de paradas programadas para manutenção, alguns problemas operacionais, necessidade de equalização de estoques e demanda desaquecida para explicar os recuos quase que generalizados em abril” afirma a associação em nota.

Além disso, a Abiquim destaca que outros fatores prejudicaram o desempenho, como a desvalorização do Real (3,83% em relação ao dólar em abril), alta nos preços do petróleo, nafta petroquímica e do gás natural, encarecimento dos custos relacionados à logística internacional, restrições ao mercado global e as preocupações com o conflito entre Rússia e Ucrânia, além da pandemia de covid-19, que vem trazendo novas necessidades de confinamentos na China.

No Brasil, com o maior despacho das termelétricas movidas a gás e com o aumento no preço do GNL importado, houve encarecimento nas tarifas de energia elétrica, sobretudo da parcela de encargos, que elevam os custos da química.

Desempenho do ano

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No acumulado do primeiro quadrimestre de 2022, em relação a igual período do ano passado, o índice de produção teve alta de 6,6%, o índice de vendas internas recuou 3,8%, o volume de importações perdeu 18,7%, o volume de exportações subiu 6,7% e a demanda interna (CAN) caiu 2,2%.

Segundo a Abiquim, a participação dos produtos importados em relação à demanda doméstica recuou para 37% nos primeiros quatro meses do ano, oito pontos porcentuais abaixo do patamar de 45% registrado nos primeiros quatro meses do ano passado. Esse desempenho carrega todos os efeitos negativos do cenário adverso internacional.

Nos últimos 12 meses, a produção cresceu 5,55%, com desaceleração em relação aos resultados do período de 12 meses findos em março. Já o índice de vendas internas recuou 5,95%, registrando nova piora em relação ao resultado dos 12 meses anteriores (-3,98%), comportamento que vem se mantendo desde maio do ano passado.

O volume total de importações, com crescimento de 1,0% nos últimos 12 meses, desacelerou de forma intensa na comparação com a alta acentuada de 2021, quando as importações haviam subido 10,6% sobre o ano de 2020.


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