17/09/2024 - 13:14
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima uma produção de 166,28 milhões de toneladas de soja na safra 2024/25. Se confirmada, a safra será 12,82% superior à colhida no ciclo 2023/24, de 147,381 milhões de toneladas, segundo a Conab. As expectativas iniciais da Conab foram apresentadas durante o evento “Perspectivas para a Agropecuária – safra 2024/25”.
O crescimento da produção deve ser impulsionado sobretudo pelo aumento esperado de 9,6% na produtividade da oleaginosa, saindo de 3,2 toneladas por hectare em 2023/24 para 3,5 toneladas por hectare no ciclo 2024/25. A área plantada na safra 2024/25 deve crescer 3%, de 46,02 milhões de hectares para 47,40 milhões de hectares na temporada, projeta a Conab.
“Mesmo com a pressão baixista nos preços nacionais e os desafios de rentabilidade, a oleaginosa continua a ser uma cultura lucrativa e com alta liquidez. A crescente demanda global, impulsionada pelo aumento do esmagamento e pela expansão da produção de biocombustíveis, tanto no Brasil quanto internacionalmente, alimenta expectativas de crescimento nas exportações e no esmagamento interno”, justifica a Conab.
O gerente de produtos Agropecuários da Conab, Sergio Roberto Santos, afirmou que há uma redução na tendência de crescimento da área de soja no País. A recuperação da produtividade considera o cenário de previsão de La Niña moderado na safra 2024/25, observou.
A Conab prevê esmagamento interno de 56,72 milhões de toneladas de soja na safra 2024/25, aumento de 7,9% ante a temporada anterior, quando foram processados 52,53 milhões de toneladas da oleaginosa.
“Os principais motivos são o incremento do porcentual obrigatório de biodiesel ao diesel no País, a elevada exportação de farelo e óleo de soja e o aumento do consumo de farelo de soja para alimentação animal”, disse Santos. As exportações devem crescer 13,33%, saindo de 92,43 milhões de toneladas para 104,76 milhões de toneladas em 2024/25. “O Brasil deve continuar se consolidando, cada vez mais, como o maior exportador de soja em grãos do mundo e chegando próximo de 58% do mercado, longe dos Estados Unidos com 28%”, observou.
Para preços, a Conab estima redução em torno de 5% das cotações da oleaginosa no mercado nacional no próximo ano, com queda de 3,53% na rentabilidade ao produtor. Os preços da oleaginosa devem ser pressionados pelo maior excedente de produção e elevados estoques mundiais, segundo a Conab.
A estimativa é a primeira para a temporada e foi apresentada durante o evento pela Conab. Os dados incluem soja, milho, feijão, arroz e algodão que representam 90% da produção nacional de grãos. O levantamento foi realizado pela primeira vez em parceria com o Banco do Brasil.
Para os cálculos da safra 2023/24, a Conab utilizou os dados dos levantamentos de área, produção e produtividade de agosto para arroz, feijão, milho e soja e estimativas de julho para a cultura do algodão, apesar de ter atualizado as previsões na última semana. As primeiras estimativas da Conab para a safra 2024/25 são baseadas em modelos estatísticos para todas as culturas em todos os Estados combinadas com previsões de clima, preços e dados de mercado.