A revisão na produção nacional de milho na passagem de agosto para setembro foi a principal responsável pela nova redução prevista para a safra de grãos no País este ano. A produção de milho será 2,5% menor do que o estimado em agosto, segundo dados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de setembro, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“A região do bioma cerrado vem reduzindo a estimativa de produção em função das informações que vão surgindo a cada mês”, justificou Carlos Antonio Barradas, gerente da Coordenação de Agropecuária do IBGE.

A previsão para a primeira safra de milho encolheu 1,0%, enquanto a estimativa da segunda safra diminuiu 3,4%. A estiagem está por trás das perdas registradas na estimativa de setembro em relação a agosto, sobretudo no caso da segunda safra do grão.

“O produtor tende cada vez mais a plantar a soja na primeira safra, porque é mais rentável. Então normalmente já reduz a área de milho de primeira safra. Além disso, o milho pegou um pouco da seca no primeiro semestre que atingiu o bioma cerrado. O milho de segunda safra pegou um período de seca muito maior”, explicou Barradas.

A produção total de milho foi estimada em 63,8 milhões de toneladas. A primeira safra de milho deve totalizar 24,3 milhões de toneladas, enquanto a segunda safra deve responder por 39,5 milhões de toneladas.

Feijão

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail

A estiagem na região Nordeste e no bioma cerrado impediu que os produtores de feijão se aproveitassem do aumento no preço do grão. O nível baixo dos reservatórios tornou inviável a irrigação da terceira safra de feijão, segundo Barradas.

A produção de feijão este ano será 3,3% menor do que a estimada em agosto, segundo dados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de setembro.

“A gente até esperava que, em função do preço, esse feijão de terceira safra pudesse aumentar. Mas, como tivemos um primeiro semestre muito seco, os reservatórios de água estão muito baixos. Essa é uma cultura irrigada, e há uma série de restrições ao uso de água dos reservatórios. As prefeituras estão impedindo o uso da água disponível para irrigação porque está faltando água para abastecimento da população”, explicou Barradas.

Segundo a estimativa de setembro para o ano de 2016, a primeira safra de feijão é 0,9% menor do que o estimado em agosto; a segunda safra está 6,6% inferior; enquanto a terceira safra diminuiu 1,7%.

“Na segunda safra, os preços ainda estavam baixos, houve queda na produção porque não houve chuva. Daí essa quebra aumentou o preço do feijão. Então teve correria para plantio da terceira safra, mas não isso aconteceu em virtude da falta de água para irrigar”, completou o gerente do IBGE.

O total da produção de feijão em 2016 será 15,3% menor do que a colhida em 2015.


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias