As produções de manufaturas têxteis e de peças de vestuário no Brasil devem alcançar, em 2021, 2,09 milhões de toneladas e 5,81 bilhões de peças, marcas semelhantes às registradas em 2019, quando totalizaram 2,05 milhões de toneladas e 5,94 bilhões de peças, respectivamente, um ano antes da chegada da Covid-19. Os valores representam crescimentos de 8,3% e 23% na comparação com as projeções para o fechamento de 2020.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Fernando Valente Pimentel, no entanto, ressalta que, embora os números pareçam altos, na verdade, a comparação é sobre uma base baixa. O setor tenta se recuperar desde 2010 e, em 2019 estava reconquistando um crescimento mais sólido, mas foi atropelado pela pandemia.

O setor estima encerrar dezembro de 2020 com produção de 1,87 milhão de toneladas de manufaturados têxteis e 4,76 bilhões de unidades de vestuário, como reflexo da crise sanitária na atividade econômica. Em faturamento, o setor projeta para o próximo ano R$ 55,3 milhões em manufaturados têxteis e R$ 152,1 bilhões em produtos de vestuário, o que representará, respectivamente, altas de 10,5% e 24% em relação aos valores registrados neste ano. Os dados fazem parte do balanço anual da Abit.

Com relação às vendas no varejo, a entidade espera a comercialização de 6,2 bilhões de peças em 2021, o que representará um crescimento de 25% em comparação com este ano de 2020, quando devem ser vendidas até o fim de dezembro 5 bilhões de peças. Em faturamento, no mesmo comparativo, o incremento deve acompanhar o ritmo das vendas, e o comércio espera atingir R$ 228,9 bilhões no próximo ano. O número é 26% maior que os R$ 181,4 bilhões que deverão ser registrados em receita do setor em 2020.

Perspectivas

Segundo estudos das equipes econômicas, o PIB do Brasil deve crescer em 2021 perto de 4% e, desta forma, Fernando Pimentel espera alavancar o PIB da indústria têxtil em torno de 2,5%. Ele reforça, no entanto, que esse incremento nos resultados está diretamente atrelado à retomada de uma agenda positiva, que envolve diversas discussões, como reforma tributária, reforma do setor elétrico, pacto federativo, nova lei de licitações, entre outros temas da agenda governamental.