O Ministério Público do Peru rechaçou, nesta terça-feira (2), um pedido da presidente Dina Boluarte para antecipar a data de seu depoimento sobre o escândalo dos relógios Rolex, previsto para a sexta-feira, informou a defesa da chefe de Estado.

“A Procuradoria da Nação nega o pedido da Sra. Presidenta de antecipar seu depoimento”, informou o escritório do advogado Mateo Castañeda pela plataforma X em relação ao pedido apresentado no domingo.

Consequentemente, “a Presidenta irá depor nesta sexta-feira, 5 de abril, às 8h30 horas” locais (09h30 de Brasília), segundo a intimação do MP, acrescentou a defesa.

A presidente queria dar seu depoimento “de forma imediata” com o fim de esclarecer o caso diante “da turbulência política que vem ocorrendo” pelo “Rolexgate”, como ficou conhecido o escândalo em meados de março.

Ela será ouvida pelos procuradores na sexta-feira pela primeira vez desde que a polícia revistou surpreendentemente sua residência e o gabinete presidencial em 30 de março, em busca dos relógios.

Segundo os advogados de Boluarte, a Procuradoria disse “não ser responsável pelo turbilhão político”.

Na diligência de sexta-feira, ela deverá exibir e justificar a compra da suposta coleção de pelo menos três relógios Rolex, que a imprensa atribui a ela por meio de diversas fotos publicadas nos últimos dias.

A mandatária, uma advogada de 61 anos, é investigada pela Procuradoria por suposto enriquecimento ilícito, diante de indícios de que não declarou os relógios de luxo como parte de seus bens.

Enquanto isso, a comissão de fiscalização do Congresso intimou Boluarte de última hora na tarde desta terça-feira para esclarecer o caso dos relógios. No entanto, parece improvável que isto ocorra porque a presidente antecipou no domingo que irá primeiro à Procuradoria. Ela não é obrigada a se apresentar.

Esta não é a primeira vez que uma comissão de fiscalização do Congresso intima um presidente em exercício. Aconteceu com o esquerdista Pedro Castillo (2021-2022) em junho de 2022, quando a Procuradoria o investigava por suspeita de corrupção, mas o então presidente não se apresentou à Comissão.

Boluarte, que assumiu o poder em dezembro de 2022 em substituição ao deposto e preso Castillo, não pode ser levada a julgamento até o fim de seu mandato, em julho de 2026.

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