A procuradora-geral de Israel considerou, nesta sexta-feira (4), que a decisão do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de destituir o chefe do Shin Bet, o serviço de segurança interno, está “viciada por um conflito de interesses”.
“A decisão de pôr fim ao mandato do chefe do Shin Bet é fundamentalmente errônea, viciada por um conflito de interesses pessoais por parte do primeiro-ministro devido às investigações criminais que afetam o seu entorno, e levará” à politização do cargo, escreveu Gali Baharav-Miara em um comunicado.
Baharav-Miara publicou neste documento a declaração que apresentou à Suprema Corte israelense, na qual argumenta suas conclusões.
O tribunal irá celebrar em 8 de abril uma audiência para examinar os recursos apresentados, entre eles pela oposição e a procuradora-geral, contra a decisão adotada pelo governo em 21 de março para destituir o chefe do Shin Bet, Ronen Bar.
Netanyahu defendeu que não podia mais confiar profissional nem pessoalmente em Bar.
A relação do alto funcionário da Inteligência com o primeiro-ministro se viu afetada depois que Bar culpou o governo pela falha de segurança nos ataques do Hamas de 7 de outubro de 2023 contra Israel.
A oposição e uma ONG acreditam que a decisão do governo é motivada pelo desejo do mandatário israelense de se livrar do chefe do Shin Bet, que dirigiu uma investigação sobre supostos pagamentos do Catar, que levou dois de seus colaboradores para a prisão.
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