A procuradora da Geórgia que apresentou acusações de interferência eleitoral contra o ex-presidente americano Donald Trump, Fani Willis, admitiu, nesta sexta-feira (2), que teve um relacionamento com um promotor que contratou para trabalhar no caso.

Citando a ligação entre Fani e o promotor especial Nathan Wade, Trump e outros dois acusados pediram que ela seja inabilitada, e as acusações, rejeitadas.

Em um texto de 176 páginas apresentado ao juiz da Suprema Corte do condado de Fulton, Scott McAfee, Fani chamou a petição de infundada e pediu ao juiz que a desconsidere. Ela afirmou que não se relacionava com Wade quando ele foi contratado, em novembro de 2021, como promotor especial, pelo que supostamente teria recebido mais de US$ 650.000 (R$ 3,2 milhões).

Wade, que passa por um divórcio, disse em declaração juramentada que ele e Fani começaram uma relação pessoal em 2022, e que ela “não recebeu fundos nem teve ganhos financeiros pessoais” com seu cargo como promotor especial.

Trump declarou-se inocente das acusações de participação em conspiração criminosa para anular o resultado das eleições de 2020 na Geórgia, onde o democrata Joe Biden venceu por cerca de 12.000 votos.

Em mensagem publicada hoje em sua plataforma, Truth Social, Trump disse que Fani havia acabado de “admitir que teve uma relação com o promotor que ela, em consulta com a Casa Branca e o Departamento de Justiça, nomeou para PEGAR O PRESIDENTE DONALD J. TRUMP. ISSO SIGNIFICA QUE ESSA FRAUDE ESTÁ TOTALMENTE DESACREDITADA E ACABADA”.

Fani Willis pediu que o julgamento do ex-presidente e de outros 14 acusados comece em 5 de agosto, três meses antes das eleições presidenciais.

Trump também enfrenta acusações federais por seu esforço para subverter as eleições de 2020 e pela invasão de apoiadores do republicano ao Capitólio americano, em 6 de janeiro de 2021. Além disso, Trump e seus dois filhos mais velhos, Don Junior e Eric, são julgados em Nova York por fraude empresarial, e o ex-presidente deve ir a julgamento na Flórida em maio por manipulação indevida de documentos secretos após deixar a Casa Branca.

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