Procurador-geral espanhol será julgado em novembro por vazamento de documentos judiciais

O procurador-geral espanhol, Álvaro García Ortiz, será julgado de 3 a 13 de novembro por supostamente ter vazado documentos judiciais contra o namorado de uma figura da oposição conservadora, informou nesta sexta-feira(3) o Supremo Tribunal de Justiça.

Quarenta testemunhas serão ouvidas, entre elas procuradores, jornalistas, políticos e Alberto González Amador, namorado da presidente da região de Madri, Isabel Díaz Ayuso, informou o tribunal em nota.

É um novo revés para o governo do socialista Pedro Sánchez, já que o procurador-geral é nomeado por proposta do Executivo.

O tribunal informou que processará García Ortiz “por supostamente ter facilitado a um meio de comunicação o conteúdo confidencial de um e-mail” do advogado do namorado de Díaz Ayuso, figura destacada da direita e crítica feroz do governo de Sánchez.

García Ortiz foi indiciado em janeiro após a divulgação na imprensa do esboço de um acordo de declaração de culpabilidade entre a Procuradoria e Amador.

González Amador, que também será julgado em breve, é suspeito de fraude à Receita Federal espanhola entre 2020 e 2021 à frente de sua empresa de serviços de saúde, cujos rendimentos dispararam durante a pandemia de covid-19.

O procurador-geral sempre defendeu sua inocência e se recusou a renunciar ao cargo, apesar dos insistentes pedidos da oposição.

O julgamento será realizado durante seis sessões entre 3 e 13 de novembro, detalhou o Supremo, que inicialmente impôs a García Ortiz uma fiança de 150 mil euros (940 mil reais), mas depois reduziu à metade, prevendo possíveis indenizações que terá que pagar.

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