O procurador-geral da Espanha, Álvaro García Ortiz, poderá ser julgado por vazar documentos judiciais, após um juiz ter decidido nesta segunda-feira (9) que há elementos suficientes para processá-lo, em um dos casos que enfraquecem o governo de Pedro Sánchez.
O magistrado do Supremo Tribunal espanhol, Angel Luis Hurtado, considerou que os “indícios” contra Garcia Ortiz por supostamente ter cometido um “crime de divulgação de informações sigilosas” foram “confirmados” durante a investigação, em uma ordem acessada pela AFP.
O juiz deu dez dias às partes envolvidas para que apresentem um recurso antes de enviar o procurador-geral, que foi nomeado em agosto de 2022 por proposta do governo socialista de Sánchez, ao banco dos réus.
O Supremo Tribunal anunciou em janeiro a investigação contra o procurador-geral, um inquérito inédito na história judicial espanhola, com base na presunção de que ele teve uma “participação relevante” no vazamento de documentos legais confidenciais que afetam a oposição.
O tribunal suspeita que García Ortiz estava por trás do vazamento para a imprensa, em março de 2024, de um e-mail que mencionava um possível acordo em um caso de fraude fiscal entre a Promotoria e o empresário Alberto González Amador, marido da presidente regional de Madri Isabel Díaz Ayuso, uma figura de destaque da direita espanhola.
González Amador é acusado de fraudar as autoridades fiscais espanholas em 2020 e 2021.
O caso levou a confrontos entre o governo de esquerda e Díaz Ayuso, que denunciou uma perseguição “selvagem” e acusou a comitiva de Sánchez de ter organizado o vazamento, com a ajuda do procurador-geral.
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