O presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, afirmou que o processo de seu sucessor tem um calendário e se conclui no mês que vem, com a realização da Assembleia Geral Ordinária (AGO), no dia 13 de março, quando se baterá o martelo quanto ao escolhido para substituí-lo. A expectativa, conforme antecipou a Coluna do Broadcast no dia 16 de janeiro, é que o nome do próximo presidente do Bradesco seja divulgado até o carnaval. Durante entrevistas, em Davos, Trabuco confirmou a data e mencionou 10 de fevereiro como prazo limite.

Nesta quinta-feira, 1º de fevereiro, em conversa com a imprensa, porém, o executivo preferiu não dar mais detalhes. “Temos calendário antes da assembleia para propor a chapa do conselho”, resumiu ele.

As apostas, conforme fontes, continuam apontando para o vice-presidente Maurício Minas, responsável pela área de tecnologia, uma das mais importantes na atualidade. Embora o favoritismo pelo executivo tenha crescido desde a renúncia de Lázaro de Mello Brandão da presidência do Conselho de Administração do Bradesco, em outubro último, os outros integrantes do quarto andar da Cidade de Deus sequem no páreo.

São eles: Alexandre Glüher, responsável pela área de Relações com Investidores e que foi crucial da integração do HSBC – maior aquisição do Bradesco; Josué Pancini, que comanda a rede de agências; Marcelo Noronha, de cartões e banco de investimentos; Octavio de Lazari, que responde por seguros; André Cano, de Recursos Humanos; e Domingos Abreu, de crédito.

Para lembrar

A saída de Trabuco do comando do Bradesco foi postergada com a ampliação da idade limite para exercício do cargo de diretor presidente, que passou de menos de 65 para menos de 67 anos, em setembro de 2016. Teria pesado, na época, além da integração do HSBC, a morte trágica do principal candidato a sucessor, Marco Antonio Rossi, vice-presidente do banco e presidente da Bradesco Seguros, em um acidente de avião. No entanto, a escolha do substituto de Trabuco foi antecipada com a renúncia de Brandão do Conselho do banco, em outubro último, uma vez que o executivo poderia permanecer na presidência da instituição até 2019.

Economia e eleições

O presidente do Bradesco não vê influência das eleições no Brasil no balanço do banco nem na retomada da economia. “Eleições sempre criam volatilidade… O ano de 2018 é de retomada da economia brasileira”, destacou o executivo, em teleconferência com a imprensa para comentar os resultados trimestrais.

De acordo com Trabuco, independentemente das candidaturas que se desenhem, a agenda para o Brasil está dada a atende ao tripé da economia, ultrapassando o processo eleitoral. Destacou, contudo, a importância da volta do investimento para o Brasil engrenar uma trajetória de crescimento sustentável.