Problema da Enel em SP não é da prefeitura, mas ‘silêncio’ não resolve, diz vereadora

Após chuvas e ventania, mais de 50 mil endereços seguem sem energia na Grande São Paulo; contrato de concessão está sob risco

Funcionários da Enel trabalhando na Rua Eça de Queiroz, na Vila Mariana, nesta sexta feira (12).
Funcionários da Enel trabalhando na Rua Eça de Queiroz, na Vila Mariana, em 12 de dezembro Foto: ROBERTO CASIMIRO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

A vereadora de São Paulo Amanda Vettorazzo (União Brasil) defendeu à IstoÉ que a prefeitura e o Legislativo municipal encampem iniciativas de pressão em relação à Enel SP, empresa responsável pela distribuição de energia elétrica na capital paulista.

Na última semana, 2 milhões de residências chegaram a ficar sem luz na área de cobertura da companhia após a passagem de um ciclone extratropical pela Grande São Paulo. Na tarde desta segunda-feira, 15, mais de 56 mil endereços ainda não tinham o fornecimento restabelecido.

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A parlamentar reúne assinaturas em um abaixo-assinado para pedir que a concessão da Enel seja revista. O contrato, firmado com a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), vinculada ao Ministério de Minas e Energia, vale até 2028.

Não é um abaixo-assinado que vai encerrar a concessão, mas também não adianta ficar em silêncio“, disse Vettorazzo, que fez uma comparação desse tipo de mobilização com os protestos pelo impeachment de Dilma Rousseff (PT), nos quais o MBL (Movimento Brasil Livre), integrado por ela, teve participação central.

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Prefeito e governador pedem ‘intervenção’ na Enel

Na avaliação da vereadora, o governo Lula (PT) foi “omisso” e, com isso, a pressão ficou para os políticos paulistanos. “Nós [vereadores] não conseguimos podar uma árvore sem que a Enel retire a fiação elétrica antes. É necessário respeitar as parcerias, mas a empresa desrespeitou a população”, disse à IstoÉ.

Durante a crise, o prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), pediram intervenção federal na administração da Enel. A Aneel declarou que, caso “falhas reiteradas” sejam comprovadas, a concessão poderá ser cancelada.

Os advogados da Enel SP responsabilizaram a prefeitura pelo apagão. “O prefeito age como o marido traído que coloca a culpa no sofá. Ele que assuma suas responsabilidades e reconheça que o caos se instalou em razão do não cumprimento das suas obrigações de podas de árvores”, disse Henrique Ávila ao jornal Folha de S. Paulo.