A vereadora de São Paulo Amanda Vettorazzo (União Brasil) defendeu à IstoÉ que a prefeitura e o Legislativo municipal encampem iniciativas de pressão em relação à Enel SP, empresa responsável pela distribuição de energia elétrica na capital paulista.
Na última semana, 2 milhões de residências chegaram a ficar sem luz na área de cobertura da companhia após a passagem de um ciclone extratropical pela Grande São Paulo. Na tarde desta segunda-feira, 15, mais de 56 mil endereços ainda não tinham o fornecimento restabelecido.
+Enel SP acumula crises na operação; veja histórico da empresa
+Procon Paulistano multou empresa em R$ 14,2 milhões por ‘falhas graves’ no fornecimento
A parlamentar reúne assinaturas em um abaixo-assinado para pedir que a concessão da Enel seja revista. O contrato, firmado com a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), vinculada ao Ministério de Minas e Energia, vale até 2028.
“Não é um abaixo-assinado que vai encerrar a concessão, mas também não adianta ficar em silêncio“, disse Vettorazzo, que fez uma comparação desse tipo de mobilização com os protestos pelo impeachment de Dilma Rousseff (PT), nos quais o MBL (Movimento Brasil Livre), integrado por ela, teve participação central.

Amanda Vettorazzo (União Brasil): vereadora defendeu ‘pressão’ sobre Enel após apagão
Prefeito e governador pedem ‘intervenção’ na Enel
Na avaliação da vereadora, o governo Lula (PT) foi “omisso” e, com isso, a pressão ficou para os políticos paulistanos. “Nós [vereadores] não conseguimos podar uma árvore sem que a Enel retire a fiação elétrica antes. É necessário respeitar as parcerias, mas a empresa desrespeitou a população”, disse à IstoÉ.
Durante a crise, o prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), pediram intervenção federal na administração da Enel. A Aneel declarou que, caso “falhas reiteradas” sejam comprovadas, a concessão poderá ser cancelada.
Os advogados da Enel SP responsabilizaram a prefeitura pelo apagão. “O prefeito age como o marido traído que coloca a culpa no sofá. Ele que assuma suas responsabilidades e reconheça que o caos se instalou em razão do não cumprimento das suas obrigações de podas de árvores”, disse Henrique Ávila ao jornal Folha de S. Paulo.