O dedo na tomada é inegável dos dois lados, e o curto-circuito gerado é a politização do projeto em ano eleitoral. De um lado, o governo de Jair Bolsonaro (PL) quer privatizar a Eletrobras sob críticas dos contrários de que pede preço de banana na feira, e com risco de perder a soberania nacional sobre a geração de energia para um potencial sócio estrangeiro.

De outro lado, fica evidente por parte do TCU o viés político para tentar barrar a venda. Relator do processo, o ministro Vital do Rêgo é egresso da ala do MDB ligada a Renan Calheiros (AL), o maior opositor de Bolsonaro no Senado, e grande aliado de Lula.

Em novo revés que atrapalha o plano do Governo, o TCU suspendeu o julgamento da segunda etapa da privatização após pedido de vista apresentado por Vital do Rêgo. O ministro queria prazo de 60 dias, mas foi convencido a reduzir para 20 dias.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, já projetou o mês de maio como prazo final para desobstruir a venda da Eletrobras. E se Lula for eleito, a empresa não será privatizada.