Frágil e com a pele amarelada, Konstantin Steblev conversou com a mãe pela primeira vez depois de três anos na sexta-feira, 23, data em que foi libertado na maior troca de prisioneiros desde o início da guerra entre Rússia e Ucrânia.
“Eu te amo. Não fique triste. Não foi minha culpa. Prometi que voltaria são e salvo”, disse o militar. Capturado no início da invasão russa, em fevereiro de 2022, Steblev foi um dos 390 presos envolvidos na primeira etapa da troca negociada pelas nações.
+Ministro russo promete negociar acordo de paz com Ucrânia após troca de prisioneiros
Ucrânia e Rússia negociaram libertações
Neste sábado, 24, uma nova troca de 307 prisioneiros de guerra de cada país ocorreu. No domingo, 25, a expectativa é de que as negociações alcancem mil pessoas libertadas.
A troca de presos é o único resultado concreto das negociações realizadas entre russos e ucranianos na semana passada, o primeiro contato diplomático entre os dois países em três anos.
Steblev foi levado de ônibus com outros prisioneiros para um hospital da região de Chernihiv. Centenas de parentes aguardavam o grupo no local, chorando, cantando e celebrando.
Na viagem de volta à Ucrânia, Steblev contou à agência de notícias AFP que sentiu emoções “indescritíveis”. “É simplesmente uma loucura. Sentimentos de loucura”, descreveu.
Durante os anos que passou no cativeiro, o militar afirmou ter conseguido seguir em frente graças à esposa. “Ela sabe que sou forte e que não vou desistir tão facilmente”, disse, antes de acrescentar que agora só deseja ficar com sua família.
Magros, cansados e um pouco desorientados, os prisioneiros libertados foram submetidos a exames médicos no hospital. Olena e Oleksandr ficaram do lado de fora, abraçados, apesar das câmeras apontadas para eles. O casal disse que estava há 22 meses sem se ver, desde que Oleksandr foi capturado pela Rússia.
“Estou no céu”, disse o homem de 45 anos ao lado da esposa. Seu sonho, por enquanto, é “comer (…) comer e passar tempo com a família”, acrescentou.