Príncipe Harry deu detalhes sobre o bastidores de sua vida em uma nova conversa com Oprah Winfrey. O Duque de Sussex aceitou participar do programa The Me You Can’t See e explorou as suas principais fragilidades e os momentos mais difíceis que passou.

No episódio, ele lembrou como foi encarar a época em que sua mulher, Meghan Markle, passou a ter pensamentos suicidas e como isso o fez ter gatilho por lembrar a morte de sua mãe, Diana Spencer, em agosto de 1997. Na época, ele tinha apenas 12 anos de idade.

“Eu sempre quis ser normal, ao invés de ser o Príncipe Harry, apenas ser Harry. Era uma vida enigmática e, infelizmente, quando penso em minha mãe, a primeira coisa que me vem à mente é sempre a mesma coisa: ela no carro, com cinto de segurança. Meu irmão [Príncipe William] no carro também, e ela dirigindo e sendo perseguida por três, quatro, cinco carros com paparazzis”.

O Duque de Sussex revelou, na entrevista, que lembra de ter visto Lady Di chorando, e de ter se sentido incapaz de oferece suporte. “Ela quase não conseguia dirigir por causa das lágrimas, não havia proteção. Um dos sentimentos que surgem é o desamparo. Ser jovem demais, ser um cara jovem demais para poder ajudar uma mulher, no caso, sua mãe . E isso aconteceu todos os dias até o dia em que ela morreu”, conta ele.

Harry também falou da época em que Meghan passou a sofrer com a pressão dos tabloides ingleses, as cobranças e os preconceitos, que a fizeram ter pensamentos suicidas. O Príncipe lembrou do episódio em que o casal teve que participar do evento de caridade no Royal Albert Hall, em janeiro de 2019. Naquele dia, ela estava particularmente passando por momentos muito turbulentos.

“Ela estava completamente sã, mas no silêncio da noite, esses pensamentos a perturbavam. A única coisa que a impedia de fazer isso [o suicídio] era o quão injusto seria para mim depois de tudo o que tinha acontecido com minha mãe ser colocado em uma posição de perder outra mulher em minha vida – com um bebê dentro dela, o nosso bebê. Estou um pouco envergonhado da maneira como lidei com a situação [naquele dia]. Por causa do sistema em que estávamos presos e das responsabilidades e deveres que tínhamos, demos um abraço rápido e depois tivemos que mudar os ânimos e entrar um comboio com escolta policial para ir até o Royal Albert Hall para um evento de caridade. Não havia a opção de dizer ‘não'”.

“É incrivelmente desencadeadora [de medos] a possibilidade de perder outra mulher na minha vida, mas a lista está crescendo. E tudo volta para as mesmas pessoas, o mesmo modelo de negócios, a mesma ‘indústria’. Meu pai costumava dizer para mim, quando eu era mais jovem: ‘Foi assim para mim. Então, será assim para você’. Isso não faz sentido – só porque você sofreu, não significa que seus filhos tenham que sofrer”, disse.