Príncipe Harry é acusado de ‘intimidação e assédio’ por chefe de ONG

Bing Guan/Reuters
Príncipe Harry Foto: Bing Guan/Reuters

O príncipe Harry foi acusado de “intimidação e assédio” neste domingo, 30, pela presidente de uma ONG (Organização Não Governamental) que atua na África. A instituição foi cofundada por ele, mas da qual se distanciou após um conflito interno.

O filho mais novo do rei Charles III era até agora patrono da ONG Sentebale, um dos poucos compromissos que manteve após sua ruptura explosiva com a monarquia britânica em 2020 e a perda de seu patrocínio real.

O príncipe Harry anunciou na terça-feira, 25, no entanto, que estava “devastado” por deixar a organização beneficente, depois de um conflito entre os administradores e a presidente do conselho de administração, Sophie Chandauka, nomeada em 2023.

Chandauka também foi acusada de má gestão por membros do conselho de administração, que pediram sua renúncia. O caso foi encaminhado ao tribunal.

Em uma entrevista à Sky News no domingo, Chandauka atacou diretamente o príncipe, acusando-o de fazer de tudo para forçá-la a deixar seu cargo na organização.

“O que o príncipe Harry queria fazer era me expulsar e isso continuou por meses. Durou meses, na forma de intimidação e assédio”, disse ela, que afirmou ter provas do ocorrido.

O canal tentou entrar em contato com o príncipe, que mora na Califórnia com sua esposa Meghan e seus dois filhos, mas não teve sucesso.

De acordo com uma fonte anônima próxima aos administradores, citada pela BBC, eles estavam “esperando” o que descreveram como um “golpe publicitário” inventado por Chandauka.

Cultura do silêncio?

Chandauka denunciou neste domingo uma cultura do “silêncio” dentro da organização, com membros do conselho relutantes em falar contra o duque de Sussex ou mesmo discutir questões controversas.

Ela também mencionou a perda de muitos doadores, que atribuiu, com documentos comprobatórios, à saída do príncipe Harry do Reino Unido em 2020.

Chandauka também falou sobre a decisão do príncipe de levar uma equipe de filmagem da Netflix – com a qual ele tem um contrato muito lucrativo – para a arrecadação de fundos do ano passado, que ocorreu durante uma partida de polo.

As imagens, que viralizaram no mundo todo, mostraram uma cena um tanto estranha entre a presidente da organização e a duquesa de Sussex, Meghan, quando ambas quiseram segurar o troféu no palco.

Após o episódio, Harry “me pediu para fazer uma declaração em apoio à duquesa”, disse Chandauka.

O ex-presidente do conselho Kelello Lerotholi, no entanto, disse à Sky News que nunca testemunhou tal pedido do príncipe Harry.

“Posso dizer honestamente que nas reuniões das quais participei nunca houve o menor indício disso”, afirmou.

Lynda Chalker, que foi membro do conselho de administração da organização beneficente africana por quase 20 anos, disse ao jornal The Times que o estilo de Chandauka era “quase ditatorial”.

Harry foi cofundador da Sentebale quando tinha 21 anos, dando continuidade ao trabalho de sua falecida mãe, a princesa Diana, que estava profundamente comprometida com o combate à aids.

A Sentebale trabalha especificamente com crianças e jovens que ficaram órfãos devido à epidemia de aids no Lesoto, um país pequeno e pobre próximo à África do Sul, e em Botsuana.