Acusado no caso Epstein, o príncipe Andrew afirmou em uma entrevista que não recorda de ter conhecido uma mulher que afirma ter sido forçada a manter relações sexuais com ele.

“Não recordo de ter encontrado alguma vez esta mulher”, declarou o segundo filho da rainha Elizabeth II da Inglaterra a respeito de Virginia Roberts, também conhecida pelo sobrenome de casada, Giuffre, na entrevista ao programa Newsnight da BBC Two.

Giuffre, um das denunciantes no caso caso Jeffrey Epstein, afirmou que foi forçada a ter relações sexuais com o príncipe Andrew em Londres em 2001, quando ela tinha 17 anos, e depois em outras duas ocasiões, em Nova York e na ilha particular do falecido investidor americano no Caribe.

“Posso dizer categoricamente que isto nunca ocorreu”, disse o príncipe de 59 anos, que se declarou disposto a testemunhar perante a justiça “em circunstâncias propícias”.

“O príncipe sabe exatamente o que fez e espero que seja honesto”, declarou a mulher à imprensa após uma audiência no fim de agosto em Nova York, onde outras 15 denunciantes prestaram depoimento à justiça, antes do arquivamento do caso contra Jeffrey Epstein após seu suicídio.

Uma fotografia que mostra o príncipe e a jovem lado a lado foi amplamente divulgada pelos meios de comunicação. Ao fundo aparece Ghislaine Maxwell, filha do magnata Robert Maxwell. Várias acusadoras de Epstein afirmaram que foram “recrutadas” por esta amiga do príncipe, o que ela sempre negou.

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Na entrevista à BBC, o príncipe Andrew afirmou que se arrepende todos os dias de ter mantido a relação com Epstein após a libertação do americano em 2010.

O investidor americano foi condenado à prisão em 2008 por ter forçado jovens à prostituição na Flórida.

Ver Jeffrey Epstein após sua condenação “não era muito adequado para um membro da família real” britânica, admitiu o príncipe, embora não acredite que este assunto tenha afetado a imagem da sua mãe, a rainha Elizabeth II.

Ele ficou na casa de Epstein em Nova York porque era “mais prático”, explicou o príncipe.

Acusado de agressões sexuais a menores de idade, Epstein foi novamente detido e acusado no início de julho por ter organizado, durante anos, uma rede de dezenas de jovens sob seu controle, com as quais mantinha relações sexuais em várias propriedades, principalmente em Manhattan e na Flórida.

O bilionário, de 66 anos, foi encontrado morto no dia 10 de agosto em sua cela em uma prisão de Nova York. A necropsia confirmou suicídio por enforcamento.

O Palácio Bukingham negou em várias ocasiões qualquer comportamento inapropriado do príncipe.

Questionado pela imprensa britânica, o príncipe, de 59 anos, afirmou no fim de agosto que nunca viu ou suspeito de abusos sexuais por parte de Epstein.

Em uma mensagem no Twitter, a ex-esposa de Andrew, Sarah Ferguson, mãe de seus dois filhos, ficou a seu lado.

“Andrew é um verdadeiro cavalheiro”, escreveu, ao destacar o “senso de dever” do príncipe e sua “amabilidade”.

O caso também é investigado na França, onde a polícia tem interesse no papel do agente de modelos Jean Luc Brunel, um amigo de Epstein, acusado de estupro por várias ex-modelos.



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