Príncipe Andrew aparenta “falsamente” cooperar em caso Epstein, diz procurador de Manhattan

Príncipe Andrew aparenta "falsamente" cooperar em caso Epstein, diz procurador de Manhattan

O príncipe Andrew, o terceiro filho da rainha Elizabeth II da Inglaterra, “falsamente” parece estar cooperando no caso do financista e suposto molestador de crianças Jeffrey Epstein, disse o procurador federal de Manhattan Geoffrey Berman nesta segunda-feira.

“Hoje, o príncipe Andrew mais uma vez tentou fingir publicamente que deseja e está disposto a cooperar com a investigação criminal em andamento sobre tráfico sexual e crimes relacionados cometidos por Jeffrey Epstein e seus sócios”, disse Berman em comunicado.

No entanto, o príncipe não deu entrevistas às autoridades federaos, declinou rapidamente ao nosso pedido para marcar essa entrevista e há quase quatro meses nos informou de maneira inequívoca, por meio do mesmo advogado que difundiu seu comunicado de hoje, que não viria a essa entrevista, expôs Berman.

No olho do furacão por sua amizade com Epstein, Andrew, 60 anos, se aposentou da vida pública britânica há alguns meses.

“Se o príncipe Andrew quiser cooperar com a investigação federal em andamento, nossas portas permanecem abertas e esperamos que ele nos diga quando devemos esperar por ele”, completou Berman.

O príncipe Andrew negou na segunda-feira que se recusou a cooperar com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos na investigação sobre Epstein.

“O duque de York se ofereceu para ajudar o Departamento de Justiça como testemunha em pelo menos três ocasiões este ano”, disseram seus advogados.

Berman disse em março passado que o príncipe “fechou a porta” em qualquer cooperação com a justiça dos EUA sobre Epstein, que foi acusado de tráfico de menores de idade e cometeu suicídio na prisão de Nova York, onde aguardava julgamento.

Segundo informações publicadas no domingo pelo jornal britânico The Sun e pela mídia americana, o Departamento de Justiça pediu ao Ministério do Interior britânico que obrigasse o príncipe a testemunhar.

Esse procedimento, se aplicado, “seria decepcionante, pois o duque de York não é objeto da investigação do Departamento de Justiça e reiterou recentemente sua intenção de testemunhar”, disseram seus advogados, acusando a justiça americana de “procurar publicidade em vez de aceitar o auxílio proposto”.

Acusado em julho de 2019 de vários ataques sexuais contra jovens pelo procurador Berman, Epstein se enforcou em sua cela em Nova York em 10 de agosto.

O príncipe Andrew, amigo de Epstein, foi atingido pelo escândalo e acusado pela americana Virginia Giuffre, uma das mulheres recrutadas pelo financista, de tê-la forçado a fazer sexo com ele quando era menor de idade.

O duque de York negou e se defendeu em uma entrevista desastrosa da BBC em novembro, que precipitou sua queda e levou à renúncia de seus deveres públicos oficiais.