A área industrial e portuária de Le Havre, principal porto francês de contêineres, foi bloqueada nesta quinta-feira (12) por cerca de mil pessoas, segundo a polícia, ou 6 mil, de acordo com o sindicato CGT, mobilizado contra a reforma do sistema de pensões.

“Estão aqui mais de mil pessoas”, disse uma fonte policial à agência de notícias francesa AFP.

“Estão entre 5 mil e 6 mil pessoas nos oito principais pontos de bloqueio. Não há nenhuma atividade portuária. Toda a área industrial está fechada. Estamos felizes”, afirmou, por sua vez, Sandrine Gérard, representante do sindicato CGT em Le Havre (noroeste da França).

“Os anúncios feitos ontem [quarta-feira] pelo nosso primeiro-ministro aumentaram a mobilização”, acrescentou a sindicalista.

O primeiro-ministro francês, Edouard Philippe, que foi vice-presidente da Câmara de Le Havre, anunciou na quarta-feira que o novo sistema universal de pensões na França vai abranger apenas as gerações nascidas a partir de 1975 e só terá nova formulação, por meio de pontos, a partir de 2025. As novas informações sobre a reforma que o governo quer fazer não tranquilizaram os sindicatos.

Edouard Philippe garantiu que a idade da reforma será mantida em 62 anos, com uma idade de equilíbrio aos 64, havendo assim um incentivo a quem deixar de trabalhar mais tarde.

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A entrada em vigor do novo sistema universal, que substituirá os 42 sistemas de pensões que existem no país, não vai afetar os trabalhadores nascidos antes de 1975. Para os que nasceram depois, até 2025 os cálculos se mantêm como atualmente. Assim, alguém que nasceu em 1975, que estará aposentado em 2037, terá uma pensão composta pelos dois sistemas.

A França vive hoje seu oitavo dia consecutivo de greve, com fortes paralisações nos transportes públicos, mas também protestos por parte dos professores e enfermeiros.

Os principais sindicatos de ferroviários pediram adesão ao movimento, considerarem o sistema de cálculo de pensões “injusto”.

*Emissora pública de televisão de Portugal

A reforma vai começar a ser discutida na Assembleia Nacional a partir fevereiro e deverá entrar em vigor em 2022 para os trabalhadores mais jovens e em 2025 para os nascidos a partir de 1975.


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