Principal partido opositor na Itália fará primárias em fevereiro

ROMA, 11 JAN (ANSA) – O Partido Democrático (PD), maior partido de oposição da Itália, conseguiu fechar um acordo e marcou suas primárias para o dia 26 de fevereiro, informou a sigla em nota nesta quarta-feira (11).   

Depois da reunião tensa, que ocorreu após semanas de negociações, o atual secretário-geral do PD, Enrico Letta, que não se candidatará novamente à função, disse que “o ponto de equilíbrio foi encontrado hoje e, mesmo que alguns tenham ficado descontentes, foi o mais avançado possível”.   

“Nós conseguimos evitar divisões deletérias. Agora, vamos nos concentrar sobre o nosso congresso e a fase constituinte pode dar a nossa retomada. Vejo respeito recíproco entre os candidatos [a líder] e vamos valorizar isso. Todos têm qualidades para deixar o debate vivo e agregador”, pontuou ainda.   

Estrela em ascensão dentro da sigla e candidata à secretária-geral, Elly Schlein, comemorou que o acordo “rompe o muro das participações com as primárias online e é importante para definir o perfil de um partido único, moderno e inclusivo”.   

A questão do voto online nas primárias rachou o partido de centro-esquerda e fez com que Letta tentasse trabalhar em um pacto que agradasse a maioria.   

No texto aprovado, ficou decidido que há a possibilidade de consulta online em casos específicos, como com quem mora ou está domiciliado no exterior, para pessoas com deficiências físicas e doentes, para quem tiver “outros impedimentos” para ir até as urnas físicas, como no caso de estudantes que moram longe de suas sedes de votação, e para quem mora longe de uma sede.   

A mudança em prol da aprovação do acordo nesta quarta veio após uma mudança de outro candidato à liderança, Stefano Bonaccini. “Se nós quebrarmos as regras, poderíamos ser vistos como marcianos”, disse afirmando que não queria ter uma disputa “muro contra muro” dentro da sigla.   

Já outra postulante à vaga, Paola De Micheli, crítica e contrária ao “voto online”, se absteve da votação final. O quarto e último aspirante à chefia, Gianni Cuperlo, votou a favor da decisão da maioria. De fato, apenas uma pessoa votou de maneira contrária. (ANSA).