Médicos e funcionários do Hospital Garrahan, o principal centro pediátrico público de alta complexidade da Argentina, realizam nesta quarta-feira (25) uma greve de 24 horas como parte de um extenso pedido por melhores salários.
“Atendimento de excelência, salários de miséria”, dizem alguns cartazes colocados por médicos que exibiram seus contracheques. No caso dos residentes, os salários giram em torno do equivalente a 600 dólares (3.325 reais) mensais, enquanto uma família precisa de pelo menos 1.000 dólares (5.542 reais) por mês para não ser considerada pobre.
O Hospital Garrahan conseguiu este mês o primeiro nascimento em sua história de um bebê operado dentro do útero materno devido a uma malformação congênita.
Seu pessoal está em conflito há meses, em um protesto iniciado pelos médicos residentes, ao qual se juntou toda a equipe do hospital, composta por cerca de 4.000 trabalhadores.
Sindicatos criticaram os aumentos salariais que, de janeiro até o final de maio, somaram 6,8%, frente a uma inflação que, no mesmo período, acumulou quase 12%, indicou a Associação de Trabalhadores do Estado (ATE) em um comunicado.
Os médicos reivindicam um salário inicial básico de cerca de 1.500 dólares (8.313 reais).
A reivindicação desafia a política de ajuste do presidente ultraliberal Javier Milei, que busca limitar os acordos salariais a um aumento de no máximo 1% mensal neste ano, para não comprometer suas aspirações de controlar a inflação.
Em maio, a inflação foi de 1,5% mensal, o menor índice dos últimos cinco anos.
O protesto do pessoal do Garrahan ocorre em um clima de tensão social, com múltiplas reivindicações salariais de diferentes setores nas ruas.
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