ROMA, 14 AGO (ANSA) – Às vésperas do principal feriado da alta temporada de verão na Itália, diversas regiões do país anunciaram restrições no funcionamento de casas noturnas para evitar uma explosão dos casos do coronavírus Sars-CoV-2.   

Com a pandemia sob controle há mais de dois meses, a Itália vem vivenciando um crescimento nos novos contágios nas últimas três semanas, o que fez as autoridades ligarem o alerta para o feriado de Ferragosto, celebrado em 15 de agosto e que representa o pico das férias de verão no país.   

Apesar de uma previsão de queda de 10% na ocupação hoteleira em relação ao ano passado, o temor é de que aglomerações em praias e casas noturnas favoreçam a disseminação do coronavírus.   

Duas regiões do norte do país (onde o Sars-CoV-2 se disseminou com mais força) anunciaram nesta sexta-feira (14) restrições ao funcionamento de discotecas, que terão de limitar o público a 50% da capacidade máxima e obrigar o uso de máscaras pelos clientes.   

As normas foram impostas no Vêneto, governado pela extrema direita, e na Emilia-Romagna, comandada pela centro-esquerda, e valem para casas noturnas com pistas de dança a céu aberto, já que aquelas totalmente fechadas ainda não podem reabrir.   

Já a Calábria, no extremo-sul da Itália, foi mais longe e determinou o fechamento de todos os locais de dança, incluindo discotecas e espaços a céu aberto. A decisão foi tomada nesta quinta-feira (13) pela governadora Jole Santelli, de centro-direita.   

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Preocupação – Representantes do governo da Itália já alertaram as administrações regionais que manter casas noturnas abertas representa um “sério risco”, mas existem divergências dentro da equipe ministerial.   

“Com os números que temos hoje, as discotecas podem continuar abertas. Eu não proporia uma norma nacional para fechar casas noturnas porque não existe motivo para isso”, disse a uma rádio local o vice-ministro da Saúde, Pierpaolo Sileri, do antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S).   

No entanto, o ministro das Relações Regionais, Francesco Boccia, do centro-esquerdista Partido Democrático (PD), afirmou ao jornal La Stampa que, se os números não mudarem, será “inevitável” tomar uma medida “rigorosa” em relação às casas noturnas.   

“Estou convencido de que, depois do Ferragosto, haverá um fechamento [das discotecas] em todas as regiões”, disse. Um decreto editado pelo governo em 7 de agosto recomenda que “atividades em salões de dança e discotecas, tanto em espaços fechados como ao ar livre”, devem continuar suspensas, mas as regiões se aproveitam de uma ampla autonomia garantida pela Constituição para decidir cada uma à sua maneira.   

“Nosso parecer é de que as discotecas devem continuar fechadas.   

As aglomerações de massa são devastadoras, e as discotecas são como estádios com torcida, impossíveis de gerir”, disse Agostino Miozzo, coordenador do comitê técnico-científico que auxilia o governo na gestão da pandemia.   

Casos – A Itália já registrou 2.712 casos do novo coronavírus nos seis primeiros dias desta semana, mais do que os 2.273 mil contabilizados na semana passada inteira.   

Além disso, a média móvel de contágios em sete dias chegou a 437 nesta sexta-feira, maior valor desde 31 de maio (452). Apesar disso, a Itália ainda está longe do pico registrado entre 22 e 28 de março, semana em que o país teve 38.894 casos. (ANSA).   


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