“A crise é um ótimo momento para empreender”, atesta Eduardo L’Hotellier, CEO e co-fundador do GetNinjas, uma plataforma onde as pessoas podem contratar ou oferecer qualquer tipo de serviço. Formado em Engenharia da Computação pelo Instituto Militar de Engenharia (IME) e pós-graduado em Finanças, L’Hotellier começou sua carreira na área de consultoria estratégica e gestão financeira em multinacionais como McKinsey, e em outubro de 2010, aos 25 anos, lançou a GetNinjas a partir de um protótipo de site comprado da Índia por 700 dólares. Sua intenção era criar uma versão de classificados online, uma espécie de “páginas amarelas digital”, como ele define. A plataforma buscava simultaneamente profissionais e clientes, tentando casar as habilidades de uns com as necessidades dos outros.

O negócio cresceu rapidamente: um ano depois da criação, a empresa atraiu investimento de R$ 1,2 milhão dos fundos de venture capital Monashees Capital e Kaszek Ventures. Em 2013, foram mais R$ 6 milhões e, em 2015, R$ 40 milhões, que marcaram a entrada da Tiger Global Management, e hoje, com mais de 80 mil clientes espalhados pelo Brasil e dois milhões de serviços prestados, o GetNinjas é tido como uma das startups mais promissoras do Brasil pela Revista Forbes. Nesta entrevista, ele conta os problemas, os erros e as estratégias que qualquer empreendedor deve ter em mente na hora de criar seu próprio negócio. “É muto difícil empreender sozinho”, aconselha ele.

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MEIs crescem no País

Empreender é um sonho de muitos brasileiros. E esse pensamento ganha fôlego diante da crise econômica, da instabilidade no emprego e do desejo sempre crescente de abrir o próprio negócio. De acordo com dados da Secretaria Especial da Micro e Pequena Empresa (SEMPE), do Governo Federal, hoje o Brasil conta com oito milhões de micro e pequenos empreendedores, dos quais 7,4 milhões possuem o registro de Micro Empreendedor Individual (MEI). Os números mostram que essa turma tem feito a economia rodar. A receita gerada por esses negócios responde por 27% do Produto Interno Bruto (PIB) do País e por 54% dos empregos formais.

Pesquisa do Serasa Experian mostra que entre janeiro e dezembro do ano passado surgiram mais de 2,2 milhões de novas empresas no Brasil no segmento das MEIs, o que representa 11,9% a mais de crescimento em relação ao primeiro semestre do ano de 2016. Os números são os maiores já apurados pelo indicador desde que o levantamento passou a ser feito há oito anos.