As duas principais contratações do Palmeiras para o começo da temporada perderam espaço no time para a reta final do Campeonato Brasileiro de 2017. O meia venezuelano Guerra e o atacante colombiano Borja têm sido pouco utilizados nas últimas rodadas e viraram coadjuvantes no momento em que o time começa a construir uma sequência regular.

A equipe conquistou três vitórias e um empate nas quatro últimos jogos disputados e tenta manter a expectativa de título, mesmo 11 pontos atrás do líder Corinthians (54 a 43). A sequência recente de resultados mostrou uma postura mais comedida do técnico Cuca em mexer no time. A formação titular tem sido mantida sem a presença dos dois estrangeiros.

Os dois jogadores vieram do Atlético Nacional, da Colômbia, onde ganharam a Copa Libertadores do ano passado. O Palmeiras recorreu ao aporte da patrocinadora, a Crefisa, para investir cerca de R$ 45 milhões na dupla, com a motivação de trazer os dois para o projeto de ganhar a principal competição continental.

O momento agora é o outro. Guerra, por exemplo, perdeu espaço para Moisés. O retorno do meia ao time após quase seis meses em recuperação de lesão deu a Cuca a confiança de contar com um dos destaques no título brasileiro do ano passado. O jogador é titular absoluto e embora tenha atuado na companhia de Guerra em algumas partidas, quando é preciso escolher entre um e outro, o venezuelano acaba preterido como tem sido o caso.

“O Guerra não perdeu a posição, mas é que o Cuca tem optado por um esquema diferente. Mas não podemos nos surpreender se o Guerra jogar no sábado (contra o Santos) porque o elenco tem vários jogadores e o Cuca é de mudar o time de acordo com o adversário”, disse Moisés.

Ainda assim, Guerra é um dos artilheiros da equipe no Brasileirão com cinco gols, ao lado de Willian. O venezuelano abriu mão neste ano de ser convocado para a seleção do seu país ao decidir dar espaço para os mais jovens (ele tem 32 anos) e querer se dedicar integralmente ao clube.

O caso de Borja é mais complicado. O colombiano tem sido menos utilizado do que o colega e sofre com a adaptação ao estilo do futebol brasileiro. A situação complicada causa nele o temor de perder espaço na seleção colombiana às vésperas da Copa do Mundo de 2018, na Rússia.

Assim como o venezuelano, o atacante viu outro concorrente ganhar preferência. Deyverson chegou em julho, após se destacar no Alavés, da Espanha, e convenceu a comissão técnica principalmente pela capacidade em levar vantagem dos adversários no jogo aéreo e abrir espaço para os colegas. Cuca definiu que ele será titular no ataque até segunda ordem, apesar de alguns pedidos da torcida por mais chances para Borja.

Nos últimos jogos quatro jogos desta sequência positiva do Palmeiras no Brasileirão, Borja só entrou no segundo tempo em dois deles. Contra o Coritiba, no estádio do Pacaembu, em São Paulo, ele atuou por 11 minutos, enquanto que contra o Fluminense, no Maracanã, esteve em campo por apenas oito minutos.

O colombiano já acumula três meses sem marcar. O último gol dele foi em junho, na vitória por 1 a 0 sobre o Atlético Goianiense, no estádio Allianz Parque, em São Paulo. O longo intervalo causa preocupação no clube por atrapalhar a autoconfiança de Borja, em que a diretoria investiu pesado.

Para Cuca, justamente o excesso de expectativa é o fator responsável para Borja não render o esperado. O treinador considera que o colombiano se pressiona demais para corresponder ao valor investido.

Apesar disso, o técnico tem sido exigente com o atacante e na última semana defendeu a postura do volante Thiago Santos, que durante um treino deu bronca em Borja pela falta de participação dele na ajuda à marcação.