Confira abaixo as principais etapas do envolvimento da Turquia no conflito sírio:

– ANCARA ABANDONA AL-ASSAD:

Em setembro de 2011, seis meses depois do início das manifestações pacíficas contra Bashar al-Assad, duramente reprimidas, Recep Tayyip Erdogan, então primeiro-ministro turco e “amigo” do presidente sírio há até apenas alguns meses, diz: “o povo sírio não acredita em Al-Assad, eu tampouco”.

Ancara fica ao lado das potências ocidentais e começa uma escalada verbal e diplomática contra seu vizinho, chegando a adotar sanções contra ele.

– ACOLHE A OPOSIÇÃO:

Em outubro de 2011, após várias reuniões em solo turco, os opositores criam um Conselho Nacional Sírio que reúne as correntes políticas contrárias ao governo.

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail

Em julho, um coronel desertor sírio refugiado na Turquia fundou o Exército Sírio Livre (ESL), composto por desertores e por civis para lutar contra o regime.

No final de 2012, Turquia reconhece a nova coalizão opositora como a “única representante legítima do povo sírio”.

– GUERRA CONTRA PKK E EI:

No final de 2014, apesar das críticas e da pressão, o Exército turco se recusa a ajudar os combatentes curdos que defendem Kobane dos extremistas do Estado Islâmico (EI). Ancara teme o surgimento, na Síria, de uma região autônoma controlada pelas milícias curdas ligadas ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), ativo desde 1984 em solo turco.

Em julho de 2015, a Turquia se vê diretamente afetada pelo conflito na Síria com um atentado atribuído ao EI em Suruç, perto da fronteira síria. Morreram 34 pessoas. O já presidente Erdogan lança uma “guerra contra o terrorismo” dirigida tanto contra o PKK como contra o EI.

Em agosto, Ancara se une à coalizão contra o EI.

– OPERAÇÃO ‘ESCUDO DO EUFRATES’:

Em 9 de agosto de 2016, Erdogan se reúne com seu colega russo, Vladimir Putin, para selar a reconciliação entre seus países, após uma crise provocada pela queda de um avião russo por parte da Turquia na fronteira síria no final de 2015.

Em dia 24, Turquia lança a operação “Escudo do Eufrates” no norte da Síria, dirigida contra o EI e contra as Unidades de Proteção Populares curdas (YPGs), aliadas de Washington na luta contra os extremistas.

A operação permite aos rebeldes sírios apoiados pela Turquia recuperar várias cidades do EI, entre elas Jarablos, Dabiq e Al-Bab.

Em outubro de 2017, a Turquia envia dezenas de soldados e carros blindados para a província de Idlib, controlada pelos extremistas, para instaurar uma “zona de distensão”. Ao mesmo tempo, dissuade as milícias curdas de avançarem terreno no norte da Síria.


– OFENSIVA CONTRA AS YPG:

Em 14 de janeiro de 2018, a coalizão internacional anuncia a criação de uma “força” fronteiriça no norte da Síria, com 30.000 homens. Metade deles é das Forças Democráticas Sírias (FDS), uma aliança de combatentes curdos e árabes dominada pelas YPGs.

Um dia depois, Erdogan ameaça lançar uma operação dirigida a “cortar [essa força] pela raiz” e afirma que seu Exército está “disposto” a lançar uma operação “a qualquer momento” contra os redutos das YPGs em Afrin e Manbij.

No dia 18, o Pentágono garante que Washington treina seus aliados das FDSs, mas que não pretende criar um novo Exército.

No dia 21, a Turquia lança uma ofensiva terrestre contra uma milícia curda na região de Afrin, o que preocupa Washington. A Rússia também se diz “preocupada” e pede “moderação”.


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias