Rita Boncompagni Ludovisi, ex-modelo da revista Playboy quando assinava Rita Jenrette, se casou com um príncipe romano, Nicolò Francesco Boncompagni Ludovisi, falecido em 2018, e agora se vê às voltas com a Villa Aurora, propriedade construída no século XVII, sobre antigos jardins do imperador Júlio César — como ela diz –, atualmente em processo de desmoronamento. Ao menos aparecer nas páginas do New York Times ela já conseguiu. E “prova” que é princesa mostrando foto do casal no Almanaque Gotha, a bíblia da nobreza europeia.

Aos 72 anos, a princesa vive em meio a obras-primas, mas recolhida a um espaço reduzido para economizar luz e aquecimento, enquanto briga para não pagar aluguel a herdeiros do terceiro marido (diz que ele lhe deu metade da propriedade). Ela até lamenta que uma pintura de Caravaggio na abóbada de uma antiga sala reservada a experimentos com alquimia valorize o imóvel — porque não aparecem interessados em sua compra.

Rita já foi acusada pelo príncipe Bante, um dos três filhos do primeiro casamento de Nicolò, de ter deixado o marido beber até morrer e ser uma “garimpeira” (para Rita, ele tem “personalidade limítrofe”), enquanto a segunda esposa, a russa Ludmilla Boncompagni Ludovisi de São Petersburgo, tem o processo de execução hipotecária do palácio aberta, por falta de pagamento de pensão alimentícia.

Enquanto isso, vai lembrando como, de filha de fazendeiro no Texas, virou mulher do deputado John Jenrette assim que convidada para tomar banho de sol nus e dali foi parar em peças e filmes B, se vestiu de jiboia, estrelou filmes de terror e vendeu “a Donald Trump o prédio da General Motors”… .

Também tratou de publicar o livro My Capitol Secrets, sobre “orgias onde se deixava a roupa na porta”, em Washington. Até que conheceu o príncipe Nicolò em Roma. Casada novamente, passou a digitalizar um arquivo familiar que incluía correspondência com papas e cartas (“quentes”) da rainha Maria Antonieta.

Agora, tem a seu lado os cachorros bichon frisé George Washington, Henry James, Gioia e Milord na Villa Aurora, onde conseguiu autorização para a morar no terceiro andar. E convive com o fantasma do pintor Caravaggio “vestido de tanga, como Tarzan”, enquanto espera por outro príncipe encantado que a salve — talvez um Elon Musk ou Jeff Bezos, como cita –, comprando o despencado palácio de cinco séculos por mais de meio milhão de dólares (preço estabelecido por uma juíza para o leilão marcado para abril).