Raul Milliet, de 69 anos, é primo em segundo grau de Mario Frias e um dos maiores críticos da gestão do ator à frente da Secretaria Especial de Cultura do governo federal. Segundo ele, o secretário é “inculto”, “folgado” e “bajulador”.
Milliet, que é historiador, começou a criticar o primo em maio de 2020, quando ele enviou uma carta ao secretário em que o chama de “cúmplice de um psicopata com perfil genocida”. De acordo com Raul, Mario respondeu com uma mensagem em tom cordial.
Há alguns dias, uma notícia divulgada na coluna Painel, da Folha de S.Paulo, afirmou que radicais de direita estão municiando Mario com dossiês que identificam funcionários ligados à esquerda para que sejam afastados.
Em entrevista ao UOL, o historiador não poupou as palavras e criticou Frias duramente. Questionado sobre a responsabilidade de Mario no caso dos dossiês, Raul disparou: “Ele recebe esse tipo de dossiê e o acolhe. Absorve as informações e isso passa a fazer parte dos objetivos imediatos, de médio e longo prazo da gestão. Isso é absurdo”.
Na sequência, Milliet falou que o primo faz de tudo para bajular o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e seu filho Eduardo. “Ele é um pau mandado de primeira ordem. Foi lá para ganhar salário, faz o que puder para bajular Bolsonaro e o filho, Eduardo. É folgado, mau ator. Tão incompetente que não sabe o que está censurando. É inculto, folgado, ficou bajulando a todos para ter esse cargo”, afirmou.
Perguntado sobre a gravidade do envolvimento de Frias com os dossiês, Raul disse que Mario era um dedo-duro. “Está se transformando em um dedo-duro, mas um dedo-duro tão idiota que não percebe que está sendo reiteradas vezes usado pela ideologia que domina esse governo”.
O historiador continuou com as críticas e chegou a dizer tinha nojo ao ver o papel que o secretário ocupa no cargo. “Fico enojado vendo o papel dele. Procuro nem acompanhar, para evitar torrar minha paciência. Essas notícias revelam uma característica deletéria”, contou.
No fim da entrevista, Raul Milliet concluiu dizendo que as críticas voltadas ao primo não farão com que ele mude os caminhos de sua gestão. “Não muda. Ele ficou sem profissão. Tentou ser ator, não conseguiu. Só conseguiu ser ator de terceiro plano. A Regina Duarte jogou na lata de lixo uma biografia (ao aceitar o cargo de secretária de Cultura), porque ela tinha uma biografia. Atriz de peso. Ele não tem o que jogar fora”, finalizou.